Falar em obrigar a população inteira a se vacinar — com uma vacina que não existe — significa o quê? Um negócio da China? Guilherme Fiuza para a Oeste:
A
discussão sobre a vacina contra covid-19 está avançada. Muito mais
avançada que a própria vacina, mas isso é detalhe. O debate está tão
acelerado, com autoridades já anunciando seus planos de imunização, que é
capaz de, quando a vacina chegar, já estar todo mundo vacinado.
Eis
aí uma excelente proposta: chega de espera, vamos vacinar a população
antes da vacina. Mas como isso funcionaria exatamente? Muito simples: é
só pegar as manchetes, os discursos, as profecias, as bravatas,
comprimir tudo numa seringa e mandar pra dentro do povo. Adeus, covid.
A
vacina desenvolvida mais rapidamente na história foi a da caxumba — que
levou quatro anos para ficar pronta. A do sarampo levou dez anos. Mas
naquela época não tinha internet, Tedros, Doria e outras maravilhas da
ciência. Hoje em dia o papo é de seis meses e vamos arregaçando as
mangas, ou baixando as calças, para resolver logo isso. É só uma
picadinha, depois a gente estuda com calma o que foi injetado em você.
Na
gripe suína, a vacina gerou enfermidades piores do que a própria doença
— para ficar num exemplo histórico mais recente. Um dos trunfos para
tentar acelerar a vacina contra covid é o uso de uma técnica inovadora —
o RNA mensageiro, que atua na base genética do indivíduo. A ação
consiste em induzir o organismo a uma produção imunológica artificial,
sem que se precise inocular o vírus atenuado (método tradicional).
Ninguém
sabe se isso funcionará e o que vai causar às pessoas. Mas você está
ouvindo autoridades falando em iniciar a vacinação neste ano — e já pode
começar a ficar na dúvida se vai ter que chamar o médico ou a polícia.
Tudo
isso se dá num ambiente de total transparência — com vacinas relâmpagos
brotando das ditaduras chinesa e russa. Vai tomar a Sputnik do Putin?
Com essa divertida temática espacial é possível você nem sentir a
picada. “Olha o foguetinho…” E quando viu já tomou. Se o pessoal está
curtindo máscara personalizada, tipo “I love my dog”, por que não entrar
na onda da vacina estilizada? Estética é tudo.
Já
a vacina chinesa se antecipou às marchinhas carnavalescas. Laboratórios
incapazes de conter um vírus que se espalhou pelo planeta inteiro são
naturalmente as instituições mais confiáveis para oferecer uma vacina.
Esse seria o refrão do bloco mais debochado do Carnaval 2021 se a
realidade não tivesse roubado a cena e caído no samba antes da hora.
O
Ministério da Saúde entrou na disputa com os governadores mais afoitos
para ver quem faz a promessa mais leviana. As “projeções” para o início
da vacinação andam oscilando entre o final deste ano e o começo do
próximo — sacramentando como única certeza científica o fato de que os
cidadãos estão sob o comando de autoridades irresponsáveis. A rigor, já
há uma segunda certeza científica: a de que isso não pode acabar bem.
E,
já que a irresponsabilidade foi oficializada, os tiranetes mais
tarados, como João Doria, resolveram declarar que a vacina será
obrigatória para todos. Nada de mais. Para quem já inventou número de
vidas salvas tentando justificar seus surtos totalitários, um disparate a
mais contra a população não faz diferença. A não ser que a população
desista de ser o brinquedo predileto de Joãozinho Tranca Rua e seus
colegas.
A
letalidade da covid-19 abaixo dos 70 anos é inferior à da gripe
sazonal, como acaba de confirmar um estudo produzido na Universidade
Stanford. Neste cenário, falar em obrigar a população inteira a se
vacinar — com uma vacina que não existe — significa o quê? Mais uma
marchinha roubada? Um negócio da China? O tão aguardado surto fascista?
Responda aí você, que estamos ocupados decifrando o RNA mensageiro dos hipócritas.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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