No acumulado do ano, o rombo ainda é de 35,75%. São 1,1 milhão de emplacamentos, de janeiro a agosto, contra 1,7 milhão no mesmo período de 2019. Mesmo assim, o setor representa a maior queda da indústria automotiva. O nicho de transporte, que engloba caminhões e ônibus, anota retração de 19,52%, enquanto o segmento de duas rodas recuou 25,03%.
Covid-19
No entanto, a própria pandemia do Covid-19, que obrigou o fechamento das revendas e derrubou as vendas de carros novos, tem sido o estimulante para as vendas de carros de passeio, como aponta o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Junior.
“A manutenção da taxa Selic, em níveis baixos, assim como a pandemia, têm estimulado a compra de carros para o transporte individual das pessoas. Além disso, os financiamentos ficaram mais acessíveis. Atualmente, o índice de aprovação cadastral é de quase sete para cada 10 avaliações enviadas aos bancos”, explica Assumpção Júnior.
Mas o desejo de comprar um carro para evitar contato com outras pessoas em transporte público não é uma estratégia apenas do consumidor brasileiro. De acordo com uma pesquisa publicada pela consultoria francesa Capgemini, que teve 11 mil participantes em 11 países, 35% dos entrevistados querem comprar um carro ainda em 2020.
Na China, onde o vírus surgiu, o índice é de 61%. Por faixa etária, 85% dos jovens entre 18 e 24 anos querem adquirir um automóvel. Já na faixa entre 25 e 35 anos, o percentual é 79%.
Participação
O desempenho entre as marcas, considerando a queda de volume do ano, não afetou drasticamente a participação de cada fabricante, mas tem mostrado reações de alguns emblemas, como a Volkswagen. A alemã se aproximou bastante da líder General Motors. A GM mantém liderança com 17,39% do bolo e a VW está colada nela com 17,26%. Há um ano a diferença entre elas era de 1,3 ponto percentual.
A Fiat também ganhou participação e registra 15,02% (alta de 1,4% sobre o acumulado de 2019). Já a Hyundai se consolidou na quarta posição, com 8,58% e a Ford está praticamente empatada com a Toyota. São 7,38% para a Oval Azul contra 7,31% da japonesa. Renault também representa ameaça para a marca de Detroit, com 7,12%. Em números, o que separa a Ford dos franceses são exatas 2.878 unidades, segundo a Fenabrave. Jeep e Nissan fecham o Top 10, com 5,33% para a ítalo-americana e 3,42% para a japonesa.
Mais vendidos
Depois de ter sido superado pelo Volkswagen T-Cross, em julho, o Onix retomou seu trono. Em agosto foram 10.609 unidades licenciadas, o que elevou seu volume em 2020 para 80.587 carros emplacados.
O segundo modelo mais vendido foi a Fiat Strada, que estreou sua nova geração em junho. A picape italiana anotou 8.690 emplacamentos, volume que deixou o HB20 na terceira colocação, com 8.489 carros entregues.
O T-Cross não conseguiu repetir o mesmo desempenho, mas foi o quinto modelo em emplacamentos, com 6.455 unidades. Mesmo assim foi o suficiente para manter o jipinho alemão na liderança entre os utilitários-esportivos.
No acumulado do ano, o T-Cross anota 37.260 licenciamentos, contra 30.655 do Jeep Renegade e 27.642 unidades do Compass.
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