MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 26 de setembro de 2020

Economistas advertem que, sem corte de gastos, a situação está ficando cada vez mais preocupante

 


Charge Erasmo Spadotto - Crise - Portal Piracicaba Hoje

Charge do Erasmo (Arquivo Google)

Alvaro Gribel
O Globo

Mais do que por palavras, o mercado financeiro fala pelos números, e eles indicam uma preocupação cada vez maior com a economia brasileira. Vários indicadores estão refletindo essa visão: o real é a moeda que mais se desvaloriza entre os emergentes, os juros futuros voltaram a subir, a bolsa opera abaixo dos 100 mil pontos, e o risco-país está em alta.

O que mais pesa é o temor fiscal, pelo crescimento da dívida e a dificuldade de tramitação das reformas, mas também entrou no radar uma possível elevação da inflação.

AJUSTE FISCAL – Os preços no atacado subiram muito, o IGP-M chegou a 18% em 12 meses até setembro, e o receio é de que haja repasse aos consumidores. O dólar é outra fonte de pressão.

— Estamos com posição cautelosa há três ou quatro semanas, com redução de risco e exposição. Se não houver o ajuste fiscal previsto, certamente você vai ter um impulso inflacionário porque a tendência do real também é desvalorizar. Isso tudo se reflete no mercado de juros — explicou Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais.

INVESTIMENTOS EM BAIXA – Apesar de a inflação no atacado estar muito alta e os preços dos alimentos terem subido, a inflação aos consumidores permanece baixa, em 2,44% pelo IPCA de agosto. Ainda assim, os juros futuros têm disparado e isso encarece o financiamento de longo prazo.

 A aposta do governo de destravar investimentos em infraestrutura, por exemplo, fica mais difícil. Segundo levantamento feito pelo economista Fábio Giambiagi, com dados da Ambima, os títulos com vencimento em 30 anos saltaram de 3,6% em fevereiro, antes da pandemia, para 4,7% na última sexta-feira. No ano passado, a taxa média foi de 4,1%.

DÍVIDA DESCONTROLADA – O economista Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria, acha que o mercado financeiro ainda está pegando leve com o governo por causa da proximidade das eleições municipais, que dificultam a condução do ajuste fiscal.

Ele diz, no entanto, que depois disso o presidente Bolsonaro terá que se decidir: “Se ele não seguir pelo caminho do corte de gastos, os juros vão continuar subindo e a dívida ficará impagável”, alertou. Enquanto a dívida do Brasil chegou a 85%, Chile, Colômbia, México e Peru têm endividamento médio de 39%. Assim, Nathan não vê espaço para ampliação de um programa de renda básica.

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