Cirurgião denuncia "máfia e diz: "não vá ao médico"
JORNAL A REGIÃO
criando uma polêmica que se espalhou pela Europa. O professor e
cirurgião Antonio Sitges-Serra alerta que indústria médica é tão
capitalista como qualquer outra. "A medicina se transformou em um
negócio gigantesco, mas quase sempre às custas do paciente".
Catedrático de Cirurgia na Universidade Autônoma de Barcelona e chefe
do departamento de Cirurgia do Hospital del Mar, ele já publicou mais de
400 artigos científicos e resume o que defende em uma frase
incendiária: "se puder, não vá ao médico".
Em entrevista à BBC, Antonio diz que "o conceito de que o médico
precisa vigiar nossa saúde é um tanto arcaico. As próprias pessoas
deveriam se cuidar, procurando um médico apenas quando houver
necessidade". Ele conta que de 15% a 20% dos pacientes procuram médicos
sem necessidade.
"A saúde se transformou em obsessão para muitos cidadãos. Os meios de
comunicação insistem muito que as pessoas devem se cuidar e perceber
logo sinais de problemas de saúde. No entanto, isso contribui para gerar
essa hipocondria social". A íntegra está em www.bbc.com.
Excesso de exames
Ele culpa também a ciência, por "fazer todos acreditarem que, mesmo
estando saudáveis, são pacientes em potencial. A isso se soma a nossa
própria angústia, já que nossa sociedade é bastante ansiosa. A noção de
que se voce for muito ao médico viverá mais é duvidosa".
"A pessoa vai ao médico e este pede alguns exames. Se não está
convencido sobre o que vê, pede novos exames. Isso pode levar a uma
espiral que acaba em um procedimento ou uso de medicamentos
desnecessários, que podem provocar efeitos adversos".
Sitges-Serra afirma que na medicina privada o risco de excesso de
medicamentos, tratamentos e cirurgias é maior, "porque o que está em
jogo são os honorários médicos e pode haver a intenção de exagerar nas
cirurgias". E lembra que o interesse da indústria da Saéde é o lucro.
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