MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Bahia registrou 2.250 acidentes com picadas de cobras este ano

 


A Secretaria de Saúde da Bahia (Sasab), explica que todo acidente por animal peçonhento atendido em unidade de saúde deve ser notificado através do Sinan

Tribuna da Bahia, Salvador
11/09/2020 06:30 | Atualizado há 3 horas e 10 minutos

   
Foto: Reprodução

Por: Poliana Antunes


Picadas de cobras matam mais do que qualquer outra doença na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ano, estima-se que 5,4 milhões de pessoas são picadas por cobras, das quais 2,7 milhões são envenenadas, resultando na morte de mais de 100 mil e desfiguração e deficiência durante a vida inteira em mais de 400 mil pessoas. Na Bahia, os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), mostram que, apenas este ano registraram 2.250 acidentes desta natureza e durante todo o ano passado foram 2.924.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sasab), explica que todo acidente por animal peçonhento atendido em unidade de saúde deve ser notificado através do Sinan. Contudo, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia – CIATox-BA (antigo Ciave) também registrou atendimento de 1.513 casos de acidentes por picadas de cobras, apenas este ano.

Segundo a Secretaria do estado, o gênero de serpente mais frequente no Brasil, e também na Bahia, é o Bothrops - jararacas, correspondendo a 80% dos casos de acidentes por serpentes peçonhentas.

SORO ANTIOFÍDICO

Em relação aos locais da Bahia e de Salvador que possuem soro antiofídico, o órgão disse que todas as 28 Regionais de Saúde possuem soros, e que são distribuídos para os principais hospitais da de cada região. “Em Salvador, o estoque fica no Ciatox, antigo Ciave, que disponibiliza o soro para qualquer unidade hospitalar ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) quando há indicação de soroterapia específica”.

Dessa forma, a Sesab recomenda que o paciente acidentado deve ser encaminhado para a unidade de urgência\emergência mais próxima do local da ocorrência, que entrará em contato com o Ciatox, orientando quanto ao diagnóstico e tratamento adequados.

Em termo de potência do veneno, a coral verdadeira e a cascavel são as mais venenosas. “Destas, a coral verdadeira é a mais frequentemente encontrada, entretanto, pelas suas características, não agressiva e dificuldade em picar, o acidente é pouco frequente, cerca de 2%”, ressalta o órgão de saúde.

Os Primeiros socorros é uma coisa importante: o atendimento para esse tipo de acidente é gratuito, feito exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Desde 1986, toda a produção de soros é comprada pelo governo federal, que repassa cotas aos estados de acordo com a demanda.

Os órgãos responsáveis, dizem, ainda que, apesar de serem conselhos antigos difundidos, chupar o local da ferida ou amarrar o membro acometido (o torniquete), por exemplo, são práticas condenadas por especialistas e podem piorar a situação da vítima.

ATAQUES

A professora do Laboratório de Herpetofauna da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Cristina Costa, fala que é um erro falar que há “ataque de cobras” a humanos. “Nós evitamos utilizar a palavra atacar, já que a serpente só vai morder ou picar quando ameaçada. Elas não atacam deliberadamente”, explica.

Segundo ela, o ser humano ocupou, historicamente, ambientes naturais dos animais. “Essas mudanças causam o desequilíbrio de todos os organismos que interagem. As serpentes são parte desses ambientes”, conta. Ela lembra que, no Brasil, há registro de cerca de 360 espécies de serpentes, mas apenas 54 espécies são venenosas.

“Não podemos tratar as serpentes como inimigas, elas apresentam um importante papel no ecossistema. O desaparecimento delas provavelmente trará mais malefícios para as pessoas do que benefícios”, diz. Costa ainda explica que os acidentes em áreas urbanas ocorrem em locais específicos ou por problemas gerados pelo próprio homem.

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