A associação dos funcionários do Banco Mundial (Bird) enviou uma carta
nesta quarta-feira ao comitê de ética da instituição contrária à
nomeação do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para o cargo de
diretor-executivo do banco. A entidade representativa pede que a
indicação seja suspensa até que acusações contra o economista brasileiro
sejam analisadas pelo comitê. No documento, a associação diz que
"muitos funcionários estão profundamente perturbados" com algumas
atitudes do ex-ministro, entre elas o tweet em que culpa a China pela
pandemia do novo coronavírus. A carta também menciona o fato de
Weintraub ter sugerido a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) e de ter feito pronunciamentos públicos contrários aos direitos
de minorias e a promoção da equidade racial. A associação ressalta que,
"apesar de essa nomeação ter sido condenada por múltiplos países
clientes", os funcionários do banco entendem que a indicação é uma
prerrogativa do governo brasileiro. Mas fazem uma ressalva, afirmando
que os membros da diretoria do banco precisam seguir o Código de Ética
da instituição tanto em sua vida privada quanto em sua vida
profissional. "Nós, por isso, pedimos formalmente que o Comitê de Ética
analise os fatos por trás das múltiplas alegações, com vista a (a)
suspender sua nomeação até que as alegações possam ser analisadas, e (b)
assegurar que o Sr. Weintraub seja informado que o tipo de
comportamento que ele é acusado é completamente inaceitável nessa
instituição", afirma a associação. Os funcionários do banco ressaltam
ainda que o Banco Mundial tomou medidas recentes para eliminar o racismo
na instituição. "Isso quer dizer um comprometimento de todos os
funcionários e membros da diretoria a denunciar o racismo quando
presenciá-lo". "Nós acreditamos que o Comitê de Ética compartilha essa
visão e fará o possível para cumpri-la", completa.
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