JORNAL A REGIÃO
Moro devolve demarcação “tupinambá” à Funai
junto com outros 16 processos de demarcação de terras indígenas que
esperavam por uma decisão. O ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sergio Moro, recorreu a um parecer aprovado pelo então presidente Michel
Temer (MDB).
A pasta só reconhece que devolveu 5 processos, de acordo reportagem da
Folha de São Paulo. Na prática, a medida dá novo ânimo de milhares de
pequenos agricultores que vivem na área exigida pelos supostos índios
tupinambá no sul da Bahia.
Este processo contava com uma decisão do Superior Tribunal de Justiça,
favorável à demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, que
abrigaria cerca de 3 mil supostos indígenas. A medida está paralisada
desde 2016, quando o estudo que dá base à demarcação foi questionado.
Um livro da mesma antropóloga que “confirmou a existência de
tupinambás”, escrito anos antes de ela ser contratada pela Funai,
contradiz seu relatório. O livro diz claramente que não existiam
Tupinambás na região antes de 1988, uma exigência da lei para criar
reservas.
“Índios” fabricados
Na época do início da demarcação, a quantidade de “índios Tupinambás”
no sul da Bahia explodiu de meia dúzia para os atuais 3.000, graças a um
decreto do então presidente Lula, hoje na cadeia por corrupção, que
aceitava apenas uma autodeclaração para reconhecer alguém como índio.
A área, usada por milhares de produtores familiares que moram no local
há várias gerações, tem o tamanho de um terço de todo o território dos
municípios afetados (Ilhéus, Una e Buerarema) somados, incluindo a
Estância Hidromineral de Olivença e a colônia agrícola de Una.
No ofício, Moro explica que a consultoria jurídica do ministério
sugeriu a devolução para a Funai avaliar, ponto a ponto, o cumprimento
das diretrizes fixadas no parecer adotado por Temer em 2017, a partir de
uma manifestação da Advocacia-Geral da União.
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