A iniciativa marca o início da campanha Dezembro Laranja
Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão
Cinco mil dermatologistas participam amanhã (7), no Dia
Nacional de Prevenção do Câncer de Pele, do mutirão de atendimento gratuito à
população para o diagnóstico precoce da doença. A iniciativa marca o início da
campanha Dezembro Laranja, promovida anualmente pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD).
O atendimento será realizado de 9h às 15h, em todo o país,
nos 130 postos espalhados em diversas cidades, que podem ser identificados
no site da instituição.
O primeiro mutirão foi realizado em Goiânia (GO), em 1998,
tornando-se uma ação nacional a partir do ano seguinte. Desde 1999, o evento já
beneficiou mais de 600 mil pessoas.
Neste ano, a 21ª Campanha Nacional do Câncer de Pele deve
atender 30 mil pessoas.
Há cerca de cinco anos, o mutirão entrou para o livro de
recordes Guiness como a maior campanha de uma especialidade médica. Segundo a
Sociedade Brasileira de Dermatologia, há cerca de 180 mil novos da doença por
ano. Quando descoberta no início, a chance de cura é noventa por cento.
O coordenador do Departamento de Cirurgia Micrográfica de
Pele da SBD, Luiz Fernando Fleury, destacou hoje (6), em entrevista à Agência
Brasil, disse que esse é o câncer mais frequente no ser humano, porque ocorre
no maior órgão do corpo, que é a pele, onde há também a maior incidência.
“Felizmente, a maioria não mata, mas isso não significa que não cause
problemas, pois pode se infiltrar nos órgãos e levar à morte”.
Melanoma
Há dois tipos de câncer de pele. O mais grave é o câncer de pele melanoma, que tem mais risco de
provocar metástase. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse
tipo de câncer “é mais frequente em adultos brancos” e pode aparecer em
qualquer parte do corpo (pele ou mucosas), na forma de manchas, pintas ou
sinais. Nas pessoas de pele negra, “pode ocorrer nas áreas claras, como palmas
das mãos e plantas dos pés”.
O número maior de diagnósticos feitos atualmente, aliada ao
fato de que a população está vivendo mais, significa que haverámais câncer de
pele, do qual um dos fatores de risco é o aumento cumulativo da exposição à
radiação ultravioleta. “À medida que a população vive mais, é natural que haja
mais câncer de pele”, ressaltou o médico.
A questão da proteção da pele contra os efeitos nocivos do
Sol está mais fácil hoje do que há trinta ou quarenta anos, afirmou o
dermatologista. “Temos mais recursos hoje, com filtro solar ou roupas de
proteção”.
O mutirão e a campanha da SBD reforçam a importância da
prevenção e do diagnóstico precoces. “Mais do que prevenir contra os fatores de
risco, é importante chamar a atenção para o diagnóstico precoce. Acho que esse
é o grande mérito da campanha, porque o câncer de pele, assim como qualquer
outro câncer, quanto antes for diagnosticado, melhores serão as taxas de cura.
É maior a possibilidade de cura quanto antes for diagnosticado (o câncer)”,
disse Fleury.
Tipo comum
O tipo mais grave e agressivo de câncer de pele, o melanoma,
qcausa mais de 1.700 óbitos anualmente e representa 4% do total de cânceres de
pele. O mais comum é o carcinoma basocelular, que responde por cerca de 75% a
80% do total de cânceres de pele no país. Ele pode afetar locais nobres como
nariz, orelha e regiões próximas dos olhos, levando a mutilações graves,
informou Fleury.
O segundo tipo de câncer de pele mais comum é o carcinoma
espinocelular (15% dos casos de pele).
A SBD está divulgando também a campanha em redes sociais,
com apoio da imprensa, marcada com as ‘hashtags’ #DezembroLaranja e
#SinaisdoCancerdePele.
Luiz Fernando Fleury recomendou que a população reforce a
atenção com a pele. "Ao observar sinais que não cicatrizam, lesões que
aparecem de repente, pintas que mudam de cor, de formato ou de tamanho, as
pessoas devem procurar um dermatologista sem demora para fazer o possível
diagnóstico. Porque o câncer de pele tem tratamento, principalmente se
diagnosticado mais cedo”.
O médico alertou que, quando o diagnóstico é feito mais
tarde, a evolução da doença é ruim. “É um câncer grave que pode evoluir para
metástese em pulmão, gânglios linfáticos, cérebro. É bem grave”, concluiu.
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