MEDIÇÃO DE TERRA

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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Imagens de sofrimento deixam de ser foco em campanhas de doação no Brasil

Ribon

Estratégias como a do aplicativo Ribon baniram qualquer foto de dor e miséria e passaram a ganhar cada vez mais adeptos
Ao invés de fotos de crianças desnutridas ou pessoas em situações degradantes, muitas campanhas de arrecadação de recursos estão privilegiando imagens de esperança e otimismo. É o caso do aplicativo brasileiro Ribon, uma plataforma  que proporciona uma experiência de doação totalmente gratuita aos seus usuários. “Resolvemos tirar o foco do sofrimento que essas pessoas passam para dar mais ênfase ao impacto positivo que uma doação eficiente causa”, explica Rafael Rodeiro, CEO da startup Ribon. 


Poverty Porn - O que a startup de doações evita é o chamado “poverty porn” (algo como “pornografia da pobreza” em tradução livre). Amplamente utilizado para fins de caridade, o recurso usa imagens apelativas e impactantes para sensibilizar pessoas a abrirem suas carteiras e realizar uma doação. De acordo com a psicoterapeuta Pollyanna Esteves, é usado o gatilho da culpa nesse tipo de campanha. “As pessoas doam para se sentirem menos culpadas pela situação do outro e menos culpadas pela própria situação de estar bem, o que logicamente não faz sentido”, afirma a profissional de saúde. 

Quebra de estereótipos - A tendência que a Ribon segue é em escala mundial. No Twitter, habitantes da África se mobilizam em postar a hashtag  #TheAfricaTheMediaNeverShowsYou (“A África que a mídia nunca mostra para você” em tradução literal). Nela, são expostas apenas imagens positivas, coloridas e de felicidade a respeito do continente africano. Lá existem projetos que são beneficiados pela Ribon. “Um dos nossos objetivos ao adotarmos essa postura é quebrar estereótipos equivocados sobre a realidade dessas comunidades africanas”, explica Rodeiro.

Danos a longo prazo - A prática do “poverty porn” foi tão exposta às pessoas com o propósito de causar choque que elas se acostumaram com essa linguagem e passaram a ver o sofrimento como algo banal. De acordo com Pollyanna, as consequências para a saúde mental podem ser sérias. “Criamos o costume de olhar só o lado ruim da vida e isso é péssimo, porque a mente usará esse filtro e buscará o tempo todo só o negativo. A longo prazo, isso pode causar, inclusive, depressão”. 

Resultados positivos - A mudança apontada por Rodeiro é lenta, mas já mostra resultados promissores. Há um consenso geral de que apelando para culpa, as pessoas vão querer doar mais, o que pesava contra a Ribon quando optou por seguir um caminho diferente do usual no setor. Atualmente a plataforma já conseguiu realizar mais de cinco milhões de doações para ONGs que trabalham na distribuição de água potável, medicamentos, saúde básica e fortificação alimentar. Isso é uma evidência de que a abordagem otimista gera resultados. 

Sobre a Ribon - A Ribon foi fundada em Brasília pelo então estudante de Engenharia de Produção da UnB (Universidade de Brasília), Rafael Rodeiro, em 2016, depois de terminar a gestão como presidente de uma empresa-júnior da instituição. Seu objetivo era empreender em algo que tivesse propósito. Então começou a trabalhar para que a doação para caridade se tornasse parte da cultura do brasileiro. Três anos depois, a Ribon passou por aceleração na Cotidiano, investimento da Redpoint e atualmente participa do programa CUBO do Itaú.

Lista de Links: 

Ribon - www.ribon.io
Pollyanna Esteves - http://pollyesteves.com.br/ 


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Nobre Press

Lucas Nobre
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