As esquerdas continuam com a arenga do fascismo imaginário: Bolsonaro é
antidemocrático, de extrema-direita etc. Negar os fatos sempre foi um
dos principais atributos da esquerda. J. R. Guzzo:
Você saberia definir, com um grau pelo menos razoável de clareza, o
que seria um governo “autoritário”? Tem cara de coisa ruim, sem dúvida –
mas o que é, na prática? Na prática não é nada.
Um governo, em português corrente e de acordo com o que ensina a
lógica comum, ou segue as regras da democracia, e vive dentro da
legalidade, ou não segue e vive na ilegalidade. No primeiro caso, é
democrático. No segundo, não é. Está aí o começo e o fim dessa história.
O resto é um debate metafísico onde cada um acha o que quiser, mas
ninguém tem direito de mudar os fatos.
O governo do presidente Jair Bolsonaro pode ser uma porção de coisas,
segundo o ponto de vista de cada um: ótimo, bom, médio, ruim, péssimo e
daí por diante, do zero ao infinito. Mas a acusação de que é uma
“ameaça à democracia” não apenas é falsa, é paupérrima em seu
coeficiente de inteligência.
Dizer que o atual governo põe em risco a legalidade democrática,
dentro dessa conversa de que é “autoritário”, exigiria a apresentação de
fatos concretos.
Muito bem, em quais casos, exatamente, o governo eliminou algum direito, ou violou a lei, ou desobedeceu a uma determinação do Congresso ou do Poder Judiciário?
Qual a garantia constitucional que suprimiu? Alguém sabe da existência
de algum decreto baixado pelo Palácio do Planalto sem aprovação de
ninguém? Quais são os fatos que comprovam a existência de censura à
imprensa, prisões ilegais, proibição de ações executadas por opositores?
É ilegal a nomeação de pessoas de direita, ou alinhadas com posturas
radicais do pensamento conservador, para cargos no governo? Em suma:
quais as agressões ao estado de direito foram objetivamente cometidas
nos últimos onze meses?
Não responder a nenhuma pergunta dessas, e continuar pregando que o
governo é “antidemocrático”, é apenas militância de oposição. É algo da
mais sagrada legitimidade, sem dúvida – mas não tem nada a ver com o
mundo das realidades.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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