MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Empresas de geração compartilhada sugerem análises que considerem as especificidades da modalidade em momento de revisão do setor

Mori Energia

Representantes das maiores companhias do setor entregaram ontem documento para Aneel apontando os benefícios sociais do modelo, especialmente no fomento à democratização do acesso à energia limpa por consumidores da base da pirâmide

  • Empresas solicitaram avaliação específica da geração compartilhada, segregada do autoconsumo remoto
  • Que exista período de carência antes de mudar a norma para permitir a evolução do mercado, que ainda representa menos de 2% da geração distribuída no país
  • Que caso a ANEEL opte por alterar a regra, que a alteração seja gradual, sem movimentos bruscos.
Dezembro de 2019 – As empresas  Mori Energia, Cemig Sim, Órigo, Alsol, Sun Mobi, ENC Energy e Illuminatus Energia se reuniram na última semana com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília, para entregar documento redigido pelas companhias, que sugere que a agência reconheça as especificidades da modalidade de geração compartilhada no processo de revisão da Resolução Normativa 482. A ação acontece a poucos dias da agência finalizar o prazo de entrega de contribuições para consulta pública que revisará a atual regulamentação. A carta explica o potencial da geração compartilhada na democratização do acesso à energia limpa por consumidores de menor porte, da base da pirâmide social.
Na modalidade de geração compartilhada, consumidores se reúnem em cooperativa, consórcio ou condomínio para viabilizar conjuntamente uma usina de geração limpa e receber créditos da energia produzida em suas contas. Assim, não há necessidade de instalações nas próprias unidades consumidoras, permitindo que mais pessoas e empresas possam contribuir com investimentos na segurança energética e na redução de emissões de gases de efeito estufa, ainda que não disponham de infraestrutura física em seus estabelecimentos, como telhados próprios aptos a receber painéis solares. “Atualmente já temos entre nossos clientes muitas famílias que moram em imóveis pequenos, alugados ou sem condições técnicas de ter painéis solares, como é o caso da maioria dos prédios de apartamentos, portanto há uma democratização do acesso à energia solar”, relata Guilherme Susteras, sócio-diretor da Sun Mobi.
Nas avalições atuais, a ANEEL não diferenciou a geração compartilhada do modelo de Autoconsumo Remoto, que é utilizado por grandes grupos econômicos. O diretor de novos negócios da Órigo Energia, Rodolfo Molinari, fala sobre o movimento e o pedido de análise separada. “Pedimos que as modalidades sejam avaliadas de forma individualizada, considerando que hoje a geração compartilhada representa menos de 2% de toda a capacidade instalada de geração distribuída, mas, ao mesmo tempo, é o principal veículo de democratização da energia para pequenos consumidores, e fomenta de forma relevante impactos sociais e ambientais nas comunidades”, diz Molinari.
O presidente da Illuminatus Energia, Vandislau Belluzzo, reforça a necessidade de considerar a segregação dessa modalidade: “Além de não ter se desenvolvido como as demais modalidades, a Geração Compartilhada surgiu apenas em 2016, quatro anos mais tarde do que as demais modalidades de geração distribuída”, diz.
O CEO da Cemig Sim, Danilo Gusmão, reforçou que a sugestão de separação é uma medida administrativa simples, que requer pouca alteração regulatória, e que oferece um resultado extremamente relevante para catalisar o modelo de Geração Compartilhada no Brasil. “Para Minas Gerais, este modelo foi essencial para desenvolver regiões remotas e áridas como o norte de minas e o vale do Jequitinhonha, que antes sofriam com o Sol, e agora podem aproveitar o mesmo para fomentar o desenvolvimento regional”, diz.
O diretor da Mori Energia, Hugo Zanocchi, parabenizou a ANEEL pela incorporação do modelo de condomínio civil. “Como estamos tratando de consumidores simples, são necessários modelos de união de clientes que facilitem o entendimento da população de forma ampla”, reforça o executivo. Hugo também ponderou a importância de uma avaliação segregada. “Do pleno entendimento destes conceitos de democratização, dependeremos da evolução do segmento, e precisamos garantir que estamos ponderando, da forma correta, as comparações entre os modelos de geração”.



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