O Ford Ka foi um divisor de águas no mercado de automóveis. Com 3,6 metros de comprimento, foi o subcompacto de maior sucesso comercial fora da Europa. Por aqui, chegou em 1997, inaugurando as linhas ousadas do estilo New Edge que predominou nos modelos Ford até meados dos anos 2000.
Hoje, o Ka deixou de ser um subcompacto e ganhou uma carroceria convencional com quatro portas de maior apelo de mercado. E deu certo: o Ka é o terceiro modelo mais vendido do país, com R$ 94 mil unidades emplacadas de janeiro a novembro, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Mas, convenhamos, o Ka moderno encareceu. Hoje, parte de R$ 46 mil e pode chegar a R$ 70 mil, na opção mais sofisticada. É bem verdade que ganhou um belo banho de loja. Mas acabou mais distante da realidade de boa parte dos consumidores.
Segunda geração
Uma opção é procurar um usado. A melhor indicação para quem busca um popular de baixo custo é procurar uma unidade da segunda geração, fabricada entre 2008 e 2013.
Essa geração foi uma espécie de Frankenstein que a Ford desenvolveu para atender ao mercado brasileiro. Na Europa, a marca se associou à Fiat para compartilhar base e componentes com o 500. Aqui ele aproveitava a estrutura do Fiesta (Rocam), mas com apenas duas portas.
O lado bom é que ele passou a ter capacidade para cinco ocupantes e cresceu cerca de 23 centímetros. O design é um tanto controverso, sem o refinamento do europeu e a ousadia da primeira geração.
O Ka foi oferecido com duas opções de motores, partindo do motor Zetec 1.0 de 72 cv e a opção 1.6 de 107 cv da mesma família, que equipava a versão Sport.
Segundo a Fipe, essa geração tem avaliações que variam entre R$ 15 mil e R$ 22.800, de acordo com o ano de fabricação e a versão de acabamento.
Uma sugestão é procurar por unidades de 2013, que não são tão antigas. No varejo, os preços variam entre R$ 16 mil e R$ 23 mil. O que determina o preço, além do estado de conservação e quilometragem, é a lista de conteúdos.
Conteúdos
O Ka padeceu do mesmo mal da maioria dos populares, que eram ofertados com quase nenhum conteúdo e tinham listas longas de opcionais. Assim, não é difícil encontrar unidades desprovidas de vidros elétricos, ar-condicionado ou direção hidráulica. Mas ele poderia vir até com duplo airbag, rádio com CD e Bluetooth, rodas de liga leve e faróis de neblina.
Se seu foco é comodidade ao invés de economia, talvez valha concentrar esforços numa unidade do Sport em relação aos demais 1.0, com menos chances de virem recheados.