Convicto de que o presidente Michel Temer foi vítima de uma conspiração para ser derrubado, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), indicado para relatar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é professor de Direito Constitucional e descendente direto de um dos mais tradicionais clãs da política brasileira, o de José Bonifácio.
Mas, por ter votado pela derrubada da primeira denúncia e ser do grupo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), tem contra si a desconfiança da ala não governista de que vai apresentar um parecer recomendando que a Câmara rejeite, mais uma vez, autorização para que o Supremo Tribunal Federal analise se aceita a denúncia contra o presidente.
TEMER INOCENTE – Há dois meses, ao proclamar seu voto contra o prosseguimento da primeira denúncia, o novo relator justificou o apoio ao parecer vencedor de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que indicava a rejeição: “Sim! A favor das instituições e do progresso do Brasil”. Hoje, continua acreditando na inocência de Temer e sugere que ele processe o empresário Joesley Batista, que grampeou o presidente em um encontro noturno no Jaburu.
“O presidente Temer foi vítima desse homem da JBS. Esse Joesley conseguiu, através de meios não muito sérios, entrar no palácio. Vai conversar com o presidente e leva um gravador escondido? Isso é um fato da maior gravidade, e ele deve ser processado” — disse Bonifácio ao Globo.
“Sou professor de Direito Constitucional e votei, na primeira denúncia, levando em conta o aspecto técnico. O que dizia Joesley na delação e a entrega da mala para o assessor não serviam de base para vincular o presidente Temer. Sou tradicional e, no caso de dúvida, você tem que decidir pró-réu. Agora vou ver o que tem no processo” — diz.
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