Ao receber, em São
Paulo, um prêmio da universidade norte-americana Notre Dame, o juiz
Sérgio Moro afirmou que a Lava-jato se aproxima do fim em Curitiba e
negou a possibilidade de se candidatar à presidência da República:
O juiz federal Sergio Moro disse nesta segunda-feira que os trabalhos da Operação Lava Jato
em Curitiba estão perto do fim e que considera difícil prever qual será
o seu futuro após atuar nos processos da investigação – o magistrado
garantiu, contudo, que não há possibilidade de ser candidato à
Presidência da República na eleição de 2018.
“A Operação Lava Jato
em Curitiba está, possivelmente, chegando ao fim”, afirmou Moro em São
Paulo, após receber um prêmio da Universidade Notre Dame, dos Estados
Unidos, por sua atuação como à frente da investigação. “Em Curitiba a
investigação sempre foi sobre os contratos da Petrobras que geraram
valores e as pessoas que pagavam [propinas]. Grande parte já foi
processada. As que recebiam e não tinham foro privilegiado, igualmente.
Daí a minha afirmação de que acredito que está indo para o final em
Curitiba”, explicou o juiz, que ponderou ainda haver “investigações
relevantes em andamento”.
Em VEJA desta semana, a coluna Radar
revelou que o juiz confidenciou a um amigo que se cansou e que deseja
deixar a 13ª Vara Federal, em Curitiba, onde tramitam os processos da
Lava Jato, e migrar para outra. Moro reconheceu que está “um pouco
cansado” por causa do grande volume de trabalho, mas afirmou que não
prevê, neste momento, a possibilidade de deixar o posto.
Ele também se
declarou um “juiz profissional” e afastou a possibilidade de migrar da
magistratura para a política. “Não existe nenhuma expectativa”, disse
ele, sobre a possibilidade de buscar um cargo eletivo no ano que vem.
“Pesquisas que incluem o meu nome estão perdendo tempo, porque não vai
acontecer. Isso é simples assim”, garantiu.
Na pesquisa Datafolha
divulgada no domingo, o magistrado aparece em empate técnico com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um cenário de segundo turno
(44% a 42% para o petista, com margem de erro de dois pontos
percentuais).
Para Moro, os brasileiros têm a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF)
julgue os políticos com foro privilegiado investigados na Lava Jato da
mesma forma que no julgamento do Mensalão do PT, em 2012. Naquela
ocasião, a maioria dos políticos foi condenada pelos ministros da Corte.
O magistrado também
elogiou a decisão do STF que acabou com a possibilidade de doações
empresariais a campanhas eleitorais e a que permitiu a prisão de réus
condenados em segunda instância. “O Supremo deve ter a percepção da
relevância da manutenção desse precedente para o enfrentamento dessa
corrupção sistêmica”, disse Moro. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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