O presidente dos EUA
veio ao mundo para assumir os pecados da humanidade. Agora ele é culpado
de ameaçar a Coreia do Norte com a bomba atômica, escreve J. R. Guzzo,
da coluna Fatos (Veja.com).
O balofo Kim, tadinho, é um menino pacífico, pacífico. De fato, "Donald
Trump é o grande Judas multiuso que o mundo tem hoje", graças à idiotia
esquerdista mundial:
É curioso. Até alguns
dias atrás, qualquer pessoa com a sua atividade cerebral razoavelmente
em ordem seria capaz de jurar que quem ameaçava os inimigos, os vizinhos
ou o resto do mundo com um ataque nuclear era a Coreia do Norte.
Disparou um míssil que sobrevoou o Japão – e se passou de um lado para
outro, poderia muito bem cair dentro. O foguete não era um buscapé; era
uma bomba atômica. Antes disso, o ditador coreano, indivíduo até agora
considerado realmente capaz de detonar armas nucleares de ataque,
ameaçou sabe-se lá quantas vezes bombardear os Estados Unidos e quem
mais lhe desse na telha. Faz isso há meses, aliás. De repente, vai se
ver o noticiário e ficamos informados que quem ameaça a Coreia, e
possivelmente o resto da humanidade, é Donald Trump – sim, ele mesmo, o
presidente dos Estados Unidos. O que houve com “a narrativa”, como
qualquer mané adora dizer hoje, a respeito de qualquer coisa? Houve que
Trump anunciou o seguinte: a Coreia do Norte será “destruída totalmente”
se jogar uma bomba atômica no país que ele preside.
Ninguém é a favor de
um horror desses, é claro – a não ser o próprio ditador da Coreia, caso
se acredite no que ele diz. Mas a ameaça passou a ser Trump. O perigo
agora é ele. Quem põe em risco a paz mundial é ele. O governante
irresponsável é ele. O maluco beleza é ele. Tudo é ele. E o outro?
Parece que já não vale mais. Não é “à ganha”; é “à brinca”. Deve ser só o
gordinho sinistro dos gibis. No fundo, ele não quer fazer mal a
ninguém, coitado. Problema, mesmo, é esse Trump. Daqui a pouco, a
continuar assim, teremos a CNBB, as classes artísticas brasileiras e os
militantes dos direitos humanos lançando manifestos em solidariedade ao
povo da Coreia e exigindo um boicote mundial contra os Estados Unidos.
É possível que tudo
isso só exista na mídia, ou muito mais na mídia do que na realidade,
como foi com o “bug do milênio”, o fim das reservas de petróleo e o
colapso do capitalismo por causa da Grécia. Falam, falam, falam e no fim
acaba não acontecendo nada. A bomba atômica só foi usada uma vez na
historia mundial, em duas explosões separadas 72 anos atrás. Não quer
dizer que não possa ser jogada de novo, mas seria bom admitir que nesse
meio tempo houve uma guerra fria inteira, uma guerra no Vietnã, várias
guerras do Oriente Médio, etc. – ou seja, não se sai por aí jogando
bomba atômica nos outros como se vai na farmácia comprar um melhoral.
Mas é justamente para não ter o trabalho de pensar que tanta gente, cada
vez mais, recorre à ajuda de Trump. O que seria do mundo se não
houvesse aí um Trump, disponível 24 horas por dia, para levar a culpa de
tudo? Nada mais cômodo, em momentos de incerteza real ou imaginária, do
que acusar alguém e dar o problema por resolvido. Donald Trump é o
grande Judas multiuso que o mundo tem hoje.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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