Marco Antônio Jr | A TARDE SP
Antes de falar sobre este compacto que tem vendido tanto a ponto da Renault ampliar sua capacidade de produzi-lo, é preciso saber com quem ele concorre. O Renault Kwid não bate de frente com o Chevrolet Ônix - líder isolado de vendas - e muito menos com o Hyundai HB20 ou com o Sandero, outro francês de sucesso. O Kwid é como o soldado da trincheira, o bom e velho carro popular, limitado mas econômico, pau para toda obra, e no Brasil cumprir tudo isso é bem difícil.
O Kwid está no segmento de entrada e no primeiro mês após seu lançamento emplacou 2.890 unidades, o dobro do Fiat Mobi e Volkswagen Up! somados. Em termos numéricos, foram cinco vezes mais que o Chery QQ e três vezes mais que o Nissan March. O alarme da concorrência já soou nas demais montadoras, que tendem a baratear seus modelos ou lançar promoções. Qual é o segredo deste subcompacto que é tão audacioso a ponto de se autointitular como "SUV" dos compactos? Vamos aos fatos.
- Ele é o carro mais barato de uma montadora tradicional. O modelo mais barato é o Chery QQ mas o preconceito ainda impede o sino-brasileiro de decolar. Por R$ 29,9 mil ele é quase R$ 8 mil mais barato que o VW Up! de entrada por exemplo.
- Estilo atual. As linhas do Kwid sugerem um modelo muito maior do que é. A dianteira inspirada nos utilitários com grande logo da marca, a boa altura em relação ao solo contribuem para que o carrinho seja bonito.
- Economia de combustível. Todo carro aspirante a líder precisa ser economico e nisso o líder Chevrolet Onix, ainda que tenha antiquado motor quatro cilindros não fica atras. Conseguimos média de 14,5Km/litro de gasolina em trecho urbano, o que garante ao carrinho nota A no selo Conpet do Inmetro.
- Tem sabor de novidade. Enquanto o Fiat Mobi, de gosto discutível, e o Up! não se mexeram muito, o Kwid tem estilo bem marcante, principalmente pela proposta de ser o "SUV dos compactos".
- Números não mentem. Os dados de venda mostram que a estratégia da Renault em manter o preço baixo do Kwid está correta. Geralmente, em caso de grande interesse, o preço sobe, com efeito do chamado ágio, inspirado pela lei da oferta e da procura. Ainda assim, e graças a manutenção do seu preço acessível, o Kwid emplacou quase 3.000 unidades por mês e a montadora já ampliou sua fabricação em São José dos Pinhais/PR para atender a demanda.
- Manutenção barata. Diferente de outros carros da Renault que tinham fama de manutenção mais cara, pela dificuldade de peças, a cesta de itens básicos do Kwid sugerem um custo acessível e não poderia ser diferente. O custo de cada revisão até os 30 mil quilômetros tem preço fixo de R$ 349.
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