É extrema vergonha, para
os brasileiros honestos, que a meia delação do açougueiro luloburguês
Joesley Batista, premiadíssima, não seja anulada. Nada a dizer, ministro
Fachin e procurador Janot? Leiam post de Augusto Nunes:
Com uma entrevista
concedida à VEJA, um depoimento ao Ministério Público Federal e a
divulgação de um segundo lote do latifúndio de patifarias que
protagonizou, Joesley Batista confirmou o que aqui se repete há quase
três meses: em parceria com Rodrigo Janot e com a bênção de Edson
Fachin, o dono da JBS inventou a meia delação premiadíssima. Sem contar
tudo o que sabe, o açougueiro predileto de Lula, de Dilma Rousseff e do
BNDES foi presenteado com um habeas corpus vitalício.
Como vêm ensinando há
mais de três anos os condutores da Lava Jato ─ a verdadeira, baseada em
Curitiba —, acordos de colaboração premiada garantem aos beneficiários a
redução da pena, não a condenação à perpétua impunidade. E só merece
ter reduzida a temporada na gaiola quem escancara todas as bandalheiras
em que se envolveu numa única sequência de depoimentos. Não tem sido
assim com o bilionário espertalhão.
Só Joesley foi
autorizado a saldar a conta em prestações, num prazo de pai para filho,
fixar o tamanho de cada parcela e decidir quais serão os alvos da vez.
Nesta semana, ele manteve a linha inaugural: o bombardeio concentrado em
Michel Temer é interrompido por disparos de balas de festim na direção
dos ex-presidentes que prometeram ao país um campeão nacional da
indústria e entregaram um recordista mundial de salto sobre cofres
públicos.
Joesley ingressou no
clube dos bilionários pendurado nos ombros de Lula e ali continuou por
ter caído no colo de Dilma. Mas cabem num asterisco do calhamaço de
depoimentos as revelações sobre as canalhices consumadas com a
cumplicidade da dupla de comparsas. Para proteger os padrinhos da
ladroagem, Joesley continua escondendo o que há de mais interessante no
ainda abarrotado baú de bandalheiras.
A meia delação
premiadíssima deve ser imediatamente anulada. E Joesley merece descansar
na cadeia até entender que semidelatores são criminosos que simulam
arrependimento para debochar da Justiça.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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