Por Folhapress | Fotos: Roberto Viana / Arquivo Bocão News
O fato de o ex-ministro Geddel Vieira
Lima ter deixado o comando da Secretaria de Governo antes da operação
policial desta sexta-feira (13) deixou aliviado o entorno do presidente
Michel Temer. O diagnóstico é que caso ele ainda estivesse na pasta, o
episódio poderia criar uma nova crise e desgastar ainda mais a imagem do
governo federal.
Apesar do tom de alívio, há receio entre
assessores e auxiliares presidenciais de que o ex-ministro, amigo
pessoal de Temer, possa ter se referido ao nome do presidente, em uma
citação lateral, em alguma gravação monitorada pela Polícia Federal. Segundo
relatório da Operação Cui Bono?, Geddel discutiu com o ex-deputado
federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, as
condições das taxas de juros para um empréstimo do FI-FGTS da Caixa
Econômica Federal para a BRVias em 2012.
Geddel foi vice-presidente de pessoa
jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. Para a Polícia
Federal, Cunha liderou um esquema que envolveu Geddel e outras duas
pessoas para angariar propina das empresas que seriam beneficiadas pelo
esquema.
O grupo contaria com Fabio Cleto, que
ocupava outra vice-presidência na Caixa, e com o doleiro Lúcio Funaro,
também preso pela Lava Jato. Cleto é delator do esquema na operação. O
ex-ministro deixou o comando da Secretaria de Governo no final da semana
passada, após ser acusado pelo também ex-ministro Marcelo Calero, da
Cultura, de ter atuado na esfera pública para viabilizar um empreendimento imobiliário no qual ele havia comprado um apartamento.
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