Por Redação Bocão News | Fotos: Reprodução
A relação do ex-ministro Geddel Vieira
Lima — alvo principal da operação “Cui Bono?”, deflagrada pela Polícia
Federal na sexta-feira (13) — com o ex-presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) foi de altos e baixos. De acordo com O Globo, foi para
Geddel que Cunha ligou pouco antes de ser preso, em outubro do ano
passado. E foi Geddel quem esteve na casa de Cunha, já como
representante do governo Temer, depois que ele foi afastado da
presidência da Câmara.
— Achei que era meu dever encontrar um
ser humano e prestar minha solidariedade no momento de dificuldade que
ele está — disse, na ocasião. Ainda segundo O Globo, em 2009,
protagonizaram um embate com dura troca de acusações, durante a CPI dos
Fundos de Pensão, comandada por Cunha, a quem Geddel acusou de
chantagem. Geddel usou o termo “lombrosiano” para classificar Cunha, que
se refere àquele que têm traços físicos de criminoso.
As ofensas ficaram no passado e, no
calvário de Cunha na Câmara, ele recorreu diversas vezes a Geddel. Em
várias ocasiões, o ministro da Secretaria de Governo falou de sua
amizade com Cunha e até levou para seu gabinete no Planalto dois
auxiliares do colega, que até hoje permanecem por lá.
Ontem, a PF apreendeu documentos e
aparelhos na casa e no apartamento de Geddel. Na operação batizada de
“Cui Bono?” (a quem beneficia?), o ex-ministro é acusado de participar
de um suposto esquema de fraudes na Caixa Econômica Federal. Segundo o
Ministério Público Federal (MPF),
Geddel e outras três pessoas “faziam parte de uma verdadeira organização
criminosa”. Eles são suspeitos de facilitar a liberação de empréstimos
da Caixa Econômica Federal a empresas e, em troca, receber propina.
Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco entre 2011 e
2013. Também são citados Eduardo Cunha e duas pessoas ligadas a ele: o
doleiro Lúcio Bolonha Funaro; e o ex-vice-presidente de Fundos de
Governo e Loterias da Caixa Fábio Cleto.
Segundo a investigação, Geddel cobrava o
pagamento de propina por empréstimos feitos pela Caixa à J&F. Em uma
das mensagens, enviada para Cunha em 31 de agosto de 2012, Geddel
relata que seriam aprovadas na semana seguinte duas operações para a
empresa, de R$ 767 milhões e de R$ 194 milhões. Em 4 de setembro, o
então vice-presidente da Caixa avisa a Cunha que os recursos foram
aprovados e, no dia 11, informa que o dinheiro foi repassado. A J&F
disse, em nota, que nunca procurou políticos para pedir que
intermediassem suas operações financeiras.
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