A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, homologou
as 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, no âmbito da
Operação Lava Jato. Contudo, o sigilo dos depoimentos foi mantido. O
próximo passo será encaminhar o material para a Procuradoria-Geral da
República. Os documentos serão então analisados para dar prosseguimento
às investigações. No dia 23 de janeiro, Cármen Lúcia, autorizou que os
juízes auxiliares do gabinete de Teori Zavascki prosseguissem com os
trabalhos nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da
Odebrecht na Operação Lava Jato. Teori, que morreu na queda de um avião
no dia 19, era relator da Lava Jato. A morte havia provocado a suspensão
temporária dos trabalhos, com o adiamento de uma série de depoimentos
de delatores. Cármen Lúcia passou as últimas semanas de janeiro em
reuniões com os juízes auxiliares do ministro. Ela também se encontrou
com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Há uma grande
expectativa da sociedade e, principalmente, da classe política em
relação às delações de executivos da Odebrecht pois, segundo informações
vazadas anteriormente, cerca de 200 políticos são citados como
envolvidos no megaesquema de corrupção da Petrobras. O STF precisa ainda
definir com quem ficará a relatoria da Lava Jato. O regimento prevê
algumas opções, como sorteio entre os ministros que atuam hoje no
Supremo. Cármen Lúcia pode ainda decidir quem será o relator, dada a
excepcionalidade do caso, ou delegar à Turma a qual pertencia Teori
Zavascki um sorteio para a escolha do novo relator. Teori integrava a
Segunda Turma do STF, composta pelos ministros Gilmar Mendes, Celso de
Mello, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. O presidente Michel Temer
afirmou, durante o velório de Teori Zavascki, que vai aguardar que o
Supremo indique um novo relator para os processos da Operação Lava Jato
para só então escolher um nome para substituir o magistrado na Corte.
"Só depois que houver a indicação do relator", disse Temer. (JB)
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