MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 29 de janeiro de 2017

Livro aborda consumo erótico feminino como mudança social


Aline Valadares*
A TARDE
Doutora em marketing aborda questões da sexualidade - Foto: Helena Leão l Divulgação
Doutora em marketing aborda questões da sexualidade
Helena Leão l Divulgação
Por muito tempo, na história da humanidade, quando uma mulher gritava durante o processo do orgasmo era sinônimo de estar possuída. A liberdade de expressar a sexualidade não se configurava como um direito, assim como tantos outros, quando o gênero é o feminino.
Alguns foram conquistados, sutiãs foram queimados, mas o autoconhecimento com o corpo ainda carrega sequelas. Para combater, mulheres buscam elementos que possam ajudá-las na descoberta do prazer. E elas representam 70% do público de sex shops, segundo a pesquisa de Luciana Walther, que rendeu o livro Mulheres Que Não Ficam Sem Pilha, com orientação de Mirian Goldenberg.
“São descobertas que ajudam a mulher a descobrir livremente o prazer, e não só o individual, mas em casal também. Porque o consumo erótico, ao contrário que muita gente pensa, é muito até para o uso conjugal”, declara Luciana, doutora em marketing.
Durante o doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela teve experiências que a levaram a pesquisar o consumo erótico das mulheres. Ainda na Academia, cursou a disciplina Corpo, Gênero e Sexualidade na Cultura Brasileira, lecionada por Mirian Goldenberg.
Depois, enquanto caminhava pelo Leblon, no Rio, surpreendeu-se ao ver uma boutique erótica feminina. “É toda planejada para a consumidora do sexo feminino, desde o layout, passando pelos produtos, até a música ambiente. A primeira boutique erótica surgiu no Brasil em 2005, no exterior foi antes, e eu vi em 2007”, afirma.
Trajetória
A partir do que aprendeu na matéria da faculdade e o que viu pelas ruas do Rio, Luciana pensou: “Será que ela está sendo atendida, quais são as necessidades? E aí comecei a pesquisar”.
Para a sua busca, ela recolheu depoimentos de 35 mulheres do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo, em boutiques eróticas femininas, sex shops e feiras de negócios. Entre as entrevistadas, Luciana se deparou com uma mãe e filha – cujos nomes são fictícios no livro – comprando no sex shop.
Ela pode reparar dois aspectos: “Há o social, em que é uma mulher propagando para outra o conhecimento, e o do interesse [mercadológico] do marketing”.
O trabalho etnográfico reúne depoimentos de mulheres influentes no feminismo, como Clara Averbuck, escritora e editora do site Lugar de Mulher.
Ela escreveu a orelha descrevendo a importância do livro para romper o tabu do uso de produtos do sex shop, sobretudo do vibrador por parte das mulheres.
*Estagiária sob a Supervisão da Editora- -Coordenadora Simone Ribeiro

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