João Luiz
Mauad foi na mosca ao desmontar o mito Obama, um dos presidentes mais
medíocres da história norte-americana. O presidente derrotado ganhou
mais destaque na imprensa do que o presidente que entra, sempre
bombardeado pelo esquerdismo hegemônico na tal de mídia. Tal como Chê
Guevara, Obama virou ídolo. Que se vá para sempre:
Abro o
Facebook e vejo meus amigos postarem imagens enaltecendo Obama e sua
família. Ligo a TV e noto que a imensa maioria do noticiário dá mais
destaque ao presidente que sai do que ao que entra. A notória Globo
News chegou ao ineditismo de transmitir, ao vivo, um discurso de
despedida (?!), no qual, entre outras coisas, o presidente faz
declarações de amor à primeira-dama. Tudo calculado, como num conto de
fadas. Mas nunca é demais lembrar que a América não é uma monarquia,
onde esse tipo de folhetim faria algum sentido.
É
difícil transmitir a escala em que Obama – o ícone – tem dominado as
atenções mundo afora e, particularmente, como não poderia deixar de ser,
em Pindorama. O presidente que sai não é meramente popular, nem é
apenas um político popstar. Obama tornou-se outra coisa aos olhos do
mundo. Ele é agora um ídolo. E como todos os ídolos, sua imagem está em toda parte.
A verdade é que Obama inspirou uma devoção mais apaixonada do que qualquer outro político contemporâneo. As pessoas gritam e desmaiam em seus comícios, cujos discursos são preparados com extremo cuidado. Alguns usam camisetas proclamando-o “The One”. Um editor da Newsweek chegou ao cúmulo da adulação ao descrevê-lo como “acima do país, acima do mundo; Uma espécie de Deus.”
Como bem ressalta o jornalista Roberto Dias,
no entanto, “sem a mediação de lentes e microfones, porém, o saldo de
seu governo parece menos iluminado do que a imagem pessoal. Nove anos
depois, é difícil enxergar um mundo que tenha andado no rumo daquele
desenhado pelo senador em 2008. Pode-se dizer até que está mais distante
– ainda mais intolerante, ainda mais protecionista, ainda mais
perigoso. Dotado dos maiores poderes conferidos a um humano, ele não
conseguiu realizar algo bem específico como fechar a prisão de
Guantánamo, símbolo da era Bush que prometera desmontar. A falta de
gosto pela pequena política cobra seu preço.”
Ainda
que seu governo tivesse sido um fragoroso sucesso, esse culto à
personalidade de Obama seria algo perigoso e indesejável, pelo menos
àqueles que prezam a liberdade e a democracia, regidas por leis e
instituições, e não por ungidos e luminares. Não por acaso, durante a
Guerra Fria, os americanos costumavam criticar os países comunistas pelo
culto à personalidade que cercava seus líderes, cuidadosamente
planejado pelos respectivos ministérios de propaganda (Agitprop). Mas a
Cuba castrista, a China maoista e a Rússia stalinista não têm nada a ver
com a América de Obama, dizem seus seguidores. Claro!
Concedamos
a ele o benefício da dúvida. Talvez Obama não tenha incentivado o
culto à personalidade que o rodeia. Talvez tudo isso seja resultado de
sua personalidade forte e carismática. Mas ele por certo não o
desencorajou. Como candidato, embalado pelo slogan “yes, we can!”,
prometeu “mudar o mundo”, “transformar este país” e até mesmo “criar um
novo Reino aqui na terra”. Como presidente, ele continuou acrescentando
detalhes a essa ambiciosa lista de desejos. Prometeu criar milhões de
empregos, curar o câncer, buscar um mundo sem armas nucleares, frear o
aquecimento global e, last but not least, reduzir as desigualdades.
Infelizmente, a realidade é sempre mais poderosa que as nossas vontades e
desejos, mas os fracassos do ídolo não mudaram a sua imagem imaculada
perante os fiéis.
Como bem lembrou Helen Sealrs,
em quase tudo esse culto à Obama se parece com o que aconteceu ao
famigerado Che Guevara, cuja imagem – legada à posteridade pelo
fotógrafo Alberto Korda -, era apenas um rosto, totalmente apartado de
sua vida política, usada para decorar os quartos da juventude ocidental,
sempre ávida por revoluções que pudessem (ora, ora!) “mudar o mundo”.
Poucos dos que possuíam o famoso poster sabiam muito sobre o real Che
Guevara, mas tê-lo em sua parede sinalizava que você era de alguma forma
progressista e idealista. Com Obama, o progresso e o idealismo foram
substituídos pela esperança e pela fé, senão pelo empoderamento – essa
palavra horrorosa que, infelizmente, tomou conta dos corações e mentes
de muita gente. Para completar, hoje não são só os adolescentes imaturos
e radicais que se identificam com esta mensagem quase religiosa e
transformaram Obama em algo que, definitivamente, ele não é.
Esperemos que toda essa devoção seja passageira… (Instituto Liberal).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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