A Odebrecht montou uma estrutura
financeira paralela para operar os repasses de propinas da empreiteira a
agentes públicos e políticos. Chamados de “prestadores de serviços”,
esses operadores financeiros teriam movimentado mais de R$ 1 bilhão,
entre 2004 e 2014, só em contratos com a Petrobras, segundo estimativa
da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Foram esses “prestadores de serviços” que
mantiveram em funcionamento a estrutura de contas secretas em nome de
empresas offshores (que existiam no papel, com sede fora do Brasil)
usadas para a movimentação de dinheiro de propina. A partir delas eram
feitas transferências no exterior e de lá também saíam valores para
entregas de moeda em espécie.
Segundo a força-tarefa, entre os
prestadores de serviços haviam operadores do mercado financeiro legal,
doleiros, lobistas e ex-executivos que trabalhavam externos aos quadros
da Odebrecht, mas que eram vinculados ao Setor de Operação Estruturas
–departamento do grupo que cuidava dos repasses a políticos e agentes
públicos, conforme a Lava Jato.
A ex-secretária Maria Lúcia Guimarães
Tavares trabalhou no “departamento de propinas” da Odebrecht de 2006 a
2015. Era ela que controlava, na sede da empresa em Salvador, as
execuções de pagamentos em espécie –uma planilha listava as requisições
semanais para entregas de dinheiro.
Os valores eram, segundo as
investigações, propina e recursos de caixa 2 para políticos e agentes
públicos, solicitados por diretores das empresas do grupo em troca de
favores e contratos públicos – em especial da Petrobras.
Começo - Após nove meses
de tratativas, 77 executivos e ex-executivos começarão nesta
segunda-feira (12) a ser ouvidos por procuradores da República. Os
acordos ainda precisam ser homologados pelo ministro Teori Zavascki,
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
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