O país vai mal em
ciências, em leitura e em matemática - um perfil trágico para o futuro. A
ideologia politicamente correta implantada pelo lulopetismo nas escolas
e universidades só agravou os problemas. Aliás, a pior herança do
abominável Lula é o destroçamento da educação, sempre em nome de
ideologias tacanhas e ultrapassadas. Editorial do Estadão:
A educação brasileira
voltou a sair-se mal no Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa, em inglês), um levantamento que vem sendo promovido
pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
desde 2000, com o objetivo de medir e comparar o quanto e como os países
participantes prepararam seus jovens para ingressar no mercado do
trabalho e ter uma vida adulta produtiva. Na prova que foi aplicada em
70 países, no ano passado, o País ficou na 63.ª posição em ciências, na
59.ª colocação em leitura e no 66.º lugar em matemática. Na prova de
2012, havia ficado na 55.ª posição em ciências, em 55.ª em leitura e em
58.ª em matemática.
Realizada a cada três
anos, a prova apresenta um perfil básico de conhecimentos e habilidades
e oferece indicadores de monitoramento dos sistemas de ensino ao longo
dos anos. Em cada edição, o Pisa enfatiza uma das três disciplinas. Em
2015, o foco foi em ciências. No Brasil, a prova é de responsabilidade
do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e foi aplicada
a 33 mil alunos, na faixa etária de 15 anos, matriculados no final do
ensino fundamental e início do ensino médio.
Nas três disciplinas
avaliadas, o país cujos estudantes tiveram o melhor desempenho foi
Cingapura. Nas colocações seguintes, destacaram-se os estudantes do
Japão, Hong Kong, Taipé chinesa, Finlândia, Canadá e Estônia. Esses
estudantes conseguiram ir além das informações apreendidas em sala de
aula, usando o conhecimento com criatividade para lidar com problemas
cotidianos. O nível considerado básico pela OCDE é o relativo à
“aprendizagem e participação na vida social, econômica e cívica das
sociedades modernas num mundo globalizado”.
A maioria dos
estudantes brasileiros ficou abaixo desse nível nas três disciplinas. Os
resultados da prova mostraram que eles têm dificuldades de interpretar,
compreender e analisar o que leem. Em matemática, disciplina em que o
Brasil teve a pontuação mais baixa nas últimas cinco edições do Pisa,
eles não sabem solucionar problemas com um mínimo de complexidade. E, em
ciências, carecem de informações mínimas que lhes permitam resolver as
questões mais simples do dia a dia. Ou seja, não sabem explicar
fenômenos cientificamente nem planejar e avaliar experiências
científicas. Na prática isso revela que, por causa da má qualidade do
ensino fundamental e médio brasileiro, as novas gerações não estão
aprendendo conhecimentos fundamentais para que possam exercer sua
cidadania e realizar seus projetos de vida e o Brasil não está
conseguindo formar o capital humano de que precisa para passar a níveis
mais sofisticados de produção.
O que vem levando os
países asiáticos a liderar o ranking das últimas edições do Pisa é a
consistência de suas políticas educacionais. As prioridades são
definidas sem enviesamentos ideológicos, as metas são definidas com base
em critérios técnicos e não políticos, o desempenho docente e discente é
cobrado, os melhores professores são indicados para as salas de aula
mais desafiadoras e os diretores mais competentes são enviados para as
escolas mais problemáticas. É o oposto do que tem acontecido no Brasil,
onde a política educacional dos 13 anos e meio de lulopetismo adotou
prioridades equivocadas conjugadas com modismos pedagógicos, interesses
eleiçoeiros e concessões corporativas a sindicatos de professores e
entidades estudantis, o que travou a modernização do nosso sistema de
ensino.
O resultado
inexorável é que, enquanto os estudantes asiáticos se destacam nos
rankings comparativos e as economias da região aumentam sua capacidade
de inovação tecnológica, disputando com os Estados Unidos e a Alemanha a
liderança mundial no campo científico, os estudantes brasileiros são
estimulados a ocupar escolas e a brincar de democracia direta, agitando
bandeiras tão vistosas quanto inconsequentes. Os números da edição de
2015 do Pisa mostram o preço dessa irresponsabilidade.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário