Análise: O cientista político Danilo Uzeda afirma que saída de Geddel mexe nas estruturas do governo Temer, que precisará se recompor da perda do seu principal articulista
por
Gabriel Silva
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
O que era pedido pela oposição ao
governo Temer pegou de surpresa boa parte da população e dos
parlamentares. Após ter seu nome envolvido em uma polêmica com o
ex-ministro da Cultura Marcelo Calero pela liberação das obras do
empreendimento La Vue, localizado na Ladeira da Barra, Geddel Vieira
Lima (PMDB) entregou a carta de demissão e deixou o cargo de Ministro da
Secretaria de Governo do presidente Temer.
Para o cientista político Danilo Uzeda, a ação vai mexer nas estruturas do governo Temer. Para ele, o governo vai precisar se recompor da perda do seu principal articulista e terá que se explicar no Congresso e à população sobre as denúncias e escândalos que vêm atingindo a sua gestão. Geddel foi sexto ministro a deixar o cargo desde que Temer assumiu a Presidência da República no lugar de Dilma Rousseff (PT), afastada pelo processo de impeachment.
“O governo já vinha sofrendo algumas baixas, um desgaste por outros processos que ainda não foram concluídos, mas indicando corrupção. O Geddel é uma figura do centro do governo, da confiança do presidente e um articulador político do governo. Ele vinha fazendo uma boa relação com o Congresso, vinha articulando e atuando individualmente com o presidente. A saída dele significa para o governo Temer uma perda significativa do ponto de vista da política”, afirmou Uzeda.
"No primeiro momento, o governo vai ter que se posicionar ante esses escândalos. Outros momentos de fragilização de governos anteriores se deram exatamente por denúncias e escândalos. Espero que ele se situe para esclarecer ao Congresso e para a sociedade.
Em um segundo momento, ele vai precisar se recompor nesse cenário que ele está de um governo fruto de uma quebra institucional, de um governo cuja a base é formada por parlamentares que têm vinculação com processos de investigação e o Executivo se coloca, do ponto de vista institucional, fragilizado. Espero que ele se recomponha, mas por outro lado esclareça para a sociedade, ao Congresso e ao Judiciário o que de fato está acontecendo”, continuou.
Ainda segundo Uzeda, as denúncias de Calero somadas a outros processos de quadros do governo por envolvimento com corrupção podem levar a um pedido de impeachment do presidente Temer.
“Calero é uma figura do quadro do PSDB, uma indicação do PSDB e a denúncia que ele faz alcançando o presidente, o agora ex-ministro Geddel e o ministro Padilha, o núcleo forte do governo, não tem como não implicar. Resta à Justiça ter fôlego para investigar as denuncias. A implicação está colocada, está implícita, e a denúncia, se apurada, pode se juntar a outros processos que já estão em andamento e render caldo político para um processo de impeachment.
O fato de Calero ser ministro e ter dialogado juntamente com o presidente aponta uma relação direta de pressão, uma investida do presidente sobre o ex-ministro da Cultura para favorecer grupos, isso é grave e as investigações possivelmente vão apontar para a culpa, e apontando para culpa dá para a Justiça fazer a devida apuração”, explica Danilo.
Bahia
Ainda segundo o especialista, o escândalo envolvendo o nome de Geddel pode gerar consequências para prefeituras baianas, entre elas Salvador, já que o ex-ministro é parceiro direto do prefeito ACM Neto (DEM), reeleito com 74% dos votos.
Para o cientista político Danilo Uzeda, a ação vai mexer nas estruturas do governo Temer. Para ele, o governo vai precisar se recompor da perda do seu principal articulista e terá que se explicar no Congresso e à população sobre as denúncias e escândalos que vêm atingindo a sua gestão. Geddel foi sexto ministro a deixar o cargo desde que Temer assumiu a Presidência da República no lugar de Dilma Rousseff (PT), afastada pelo processo de impeachment.
“O governo já vinha sofrendo algumas baixas, um desgaste por outros processos que ainda não foram concluídos, mas indicando corrupção. O Geddel é uma figura do centro do governo, da confiança do presidente e um articulador político do governo. Ele vinha fazendo uma boa relação com o Congresso, vinha articulando e atuando individualmente com o presidente. A saída dele significa para o governo Temer uma perda significativa do ponto de vista da política”, afirmou Uzeda.
"No primeiro momento, o governo vai ter que se posicionar ante esses escândalos. Outros momentos de fragilização de governos anteriores se deram exatamente por denúncias e escândalos. Espero que ele se situe para esclarecer ao Congresso e para a sociedade.
Em um segundo momento, ele vai precisar se recompor nesse cenário que ele está de um governo fruto de uma quebra institucional, de um governo cuja a base é formada por parlamentares que têm vinculação com processos de investigação e o Executivo se coloca, do ponto de vista institucional, fragilizado. Espero que ele se recomponha, mas por outro lado esclareça para a sociedade, ao Congresso e ao Judiciário o que de fato está acontecendo”, continuou.
Ainda segundo Uzeda, as denúncias de Calero somadas a outros processos de quadros do governo por envolvimento com corrupção podem levar a um pedido de impeachment do presidente Temer.
“Calero é uma figura do quadro do PSDB, uma indicação do PSDB e a denúncia que ele faz alcançando o presidente, o agora ex-ministro Geddel e o ministro Padilha, o núcleo forte do governo, não tem como não implicar. Resta à Justiça ter fôlego para investigar as denuncias. A implicação está colocada, está implícita, e a denúncia, se apurada, pode se juntar a outros processos que já estão em andamento e render caldo político para um processo de impeachment.
O fato de Calero ser ministro e ter dialogado juntamente com o presidente aponta uma relação direta de pressão, uma investida do presidente sobre o ex-ministro da Cultura para favorecer grupos, isso é grave e as investigações possivelmente vão apontar para a culpa, e apontando para culpa dá para a Justiça fazer a devida apuração”, explica Danilo.
Bahia
Ainda segundo o especialista, o escândalo envolvendo o nome de Geddel pode gerar consequências para prefeituras baianas, entre elas Salvador, já que o ex-ministro é parceiro direto do prefeito ACM Neto (DEM), reeleito com 74% dos votos.
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