MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Enem é adiado para 42 mil alunos em Minas


Estudantes continuam acampados no Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte
Estudantes continuam acampados no Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte
Exatos 42.671 estudantes mineiros farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) apenas no mês que vem. Assim como milhares de alunos pelo país, eles tiveram as provas adiadas por causa das ocupações de escolas e universidades que sediariam o exame neste fim de semana. Os manifestantes são contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita os gastos públicos. Conforme decisão divulgada ontem pelo Ministério da Educação, no total, 191.494 brasileiros irão fazer o Enem em 3 e 4 de dezembro.
Os afetados serão avisados por mensagem de texto no telefone e por e-mail. Os novos locais de provas serão comunicados posteriormente.



De acordo com a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, a organização do exame irá se mobilizar para que esses alunos tenham as mesmas condições de realização da prova. Segundo ela, o modelo e nível de dificuldade do Enem deste fim de semana serão os mesmos na avaliação do próximo mês, apesar de as questões e o tema de redação serem diferentes.
Nesse sentido, Ocimar Munhoz Alavarse, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), acredita que, apesar de pouco representativa, a mudança de data pode impactar no emocional dos alunos. “Uns podem ficar mais tranquilos em fazer logo o exame, e outros mais nervosos por terem que esperar mais um mês”, afirma.
De fato, o lado emocional é o que mais tem pesado para quem se preparou durante todo o ano. Elisa Bastos, de 17 anos, alega que foi pega de surpresa, já que ficou sabendo no fim de semana que a universidade em que faria a prova foi ocupada.
“A minha primeira reação foi ficar muito frustrada e chorar. Me senti desestabilizada. Não sei se até a prova estarei sentindo a mesma coisa, mas agora estou perdida. Antes estava me sentindo confiante e preparada, e agora não me sinto mais pronta”, diz a estudante que mora em BH, mas optou por fazer a prova em Mariana, na região Central.
Apesar de reconhecer que o ideal seria que todos realizassem o teste no mesmo dia, Ocimar Alavarse diz que, do ponto de vista da estrutura da prova, o adiamento é pouco expressivo. “O Enem avalia anos de estudo. Não é avaliado conteúdo que possa ser estudado de última hora. Essa mudança não pode ser considerada uma vantagem nem um problema muito grande no sentido de ganho de conhecimento. Os alunos já conhecem a prova”.
Sisu
Apesar das mudanças nas datas das provas, o cronograma de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) será mantido, assim como os prazos para candidaturas ao Programa Universidade Para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), no início do ano letivo do ano que vem. O Sisu é o sistema informatizado no qual instituições públicas oferecem vagas para os candidatos do Enem.
Segundo a presidente do Inep, Maria Inês Fini, os prejuízos financeiros de uma nova prova “ainda não foram calculados”. Porém, o próprio MEC divulgou nota, semana passada, estimando R$ 8 milhões de custos adicionais. “Lamentavelmente, quem paga a conta é o governo federal. Adoraríamos passar esse custo aos verdadeiros responsáveis, que, na minha visão não são os jovens”, disse ela, afirmando que os alunos estão sendo “orientados para invadir”.
Colaborou a estagiária Mariana Durães

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