Em
um ano, o número de motocicletas circulando pelas ruas de Belo
Horizonte aumentou 2,7%, passando de 206 mil, em abril de 2015, para
quase 212 mil, em abril de 2016
Por dia, 15 motocicletas a mais passam a trafegar
pelas ruas de Belo Horizonte. A média foi registrada pelo Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) de abril de 2015 a abril deste ano. A
“invasão” dos veículos de duas rodas na capital é resultado da falta de
qualidade do transporte público somada ao custo mais elevado para manter
um carro de passeio.
A avaliação é do engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transportes e coordenador dos cursos de engenharia da Universidade Fumec. “Percebo isso nas salas da universidade. A cada dia, mais estudantes aparecem com capacetes nas mãos”, diz.
Os riscos, segundo o especialista, crescem junto com a frota. “Há um aumento na mesma proporção ou até pior da quantidade de acidentes com motos”, alerta.
Estatísticas da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) confirmam. De janeiro a abril de 2016, 2.136 pessoas que sofreram acidentes com moto foram levadas apenas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS).
A média é de 534 atendimentos por mês, ou quase 18 por dia. No mesmo período do ano passado, 2.104 acidentados deram entrada no HPS, 1,5% a menos.
Congestionamentos
Além de ineficiente, o transporte coletivo pode sair mais caro que o uso da motocicleta em deslocamentos de casa para o trabalho, de acordo com Aguiar. “A moto consome menos que o carro. Com o trânsito piorando cada vez mais, também é alternativa para fugir dos congestionamentos”.
Foi o que motivou o auxiliar administrativo Flávio de Paula Araújo, de 36 anos, a vender o carro e comprar uma moto. Ele mora em Betim, na região metropolitana, e trabalha no centro de BH.
“Não tenho a opção do metrô e pegar ônibus era um sacrifício diário. De carro, além do custo alto com combustível e estacionamento, enfrentava engarrafamentos praticamente todo dia”, relembra.
Com a motocicleta, ele reduziu o tempo no trânsito em mais de uma hora. “Os gastos diminuíram pela metade”, comemora Araújo.
Segurança
Coordenadora em educação de trânsito do Detran-MG, Luane Marçal reconhece a necessidade de campanhas educativas constantes com os motociclistas.
“Percebemos que nem todos são habilitados ou usam os equipamentos de segurança. É preciso incentivar o comportamento seguro no trânsito para reduzir os índices de acidentes”, destaca.
Acima da média
O crescimento de 2,7% da frota de motocicletas em Belo Horizonte, em um ano, foi menor que o registrado em todo o Estado. Em Minas, o aumento foi de 3,8% de abril de 2015 a abril de 2016, de acordo com o Denatran.
Entre as seis cidades mineiras mais populosas, a única que teve avanço maior que no Estado foi Juiz de Fora, na Zona da Mata: 5,2%, passando de 30.843 para 32.464 motos.
“Além de ser de grande porte, Juiz de Fora tem um traçado que permite a mobilidade com as motos com mais facilidade. Diferente de Belo Horizonte, que é cheia de regiões íngremes”, explica o mestre em transportes Márcio Aguiar.
Na garupa
Pelos dados do Denatran, do total da frota de veículos de Minas (em abril deste ano), 23% são motocicletas. A proporção é bem menor na capital: 12%.
Montes Claros é o único dos seis maiores municípios com percentual de motos na frota total superior ao do Estado. Dos 202.511 veículos que rodam pelas ruas da cidade do Norte de Minas, 35% são de duas rodas, o equivalente a 72.085.
Com 394.350 habitantes, segundo estimativa do IBGE de 1º de julho de 2015, Montes Claros tem uma moto para cada 5,4 moradores. Em BH, a proporção é de uma para cada 11,8.
Em Montes Claros houve um aumento significativo do serviço de mototáxi, o que justifica as estatísticas. Há um risco grande de acidentes. Não estou falando apenas de batidas em outros veículos e quedas, mas de pessoas que queimam as pernas nas descargas das motos, que não são adequadas para transportar passageiros”, critica Aguiar.
Atenção
Criado para chamar a atenção para o alto índice de mortes e feridos no trânsito, o movimento Maio Amarelo será encerrado amanhã. A campanha é simbolizada por um laço desta cor. Em BH, foi estampado em prédios como o da Cidade Administrativa, na região Norte.
“No encerramento haverá palestra e um ato de gentileza, com distribuição de flores na Praça 7”, diz Luane Marçal, que representa o Detran-MG no movimento Maio Amarelo.
A avaliação é do engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transportes e coordenador dos cursos de engenharia da Universidade Fumec. “Percebo isso nas salas da universidade. A cada dia, mais estudantes aparecem com capacetes nas mãos”, diz.
Os riscos, segundo o especialista, crescem junto com a frota. “Há um aumento na mesma proporção ou até pior da quantidade de acidentes com motos”, alerta.
Estatísticas da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) confirmam. De janeiro a abril de 2016, 2.136 pessoas que sofreram acidentes com moto foram levadas apenas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS).
A média é de 534 atendimentos por mês, ou quase 18 por dia. No mesmo período do ano passado, 2.104 acidentados deram entrada no HPS, 1,5% a menos.
Congestionamentos
Além de ineficiente, o transporte coletivo pode sair mais caro que o uso da motocicleta em deslocamentos de casa para o trabalho, de acordo com Aguiar. “A moto consome menos que o carro. Com o trânsito piorando cada vez mais, também é alternativa para fugir dos congestionamentos”.
Foi o que motivou o auxiliar administrativo Flávio de Paula Araújo, de 36 anos, a vender o carro e comprar uma moto. Ele mora em Betim, na região metropolitana, e trabalha no centro de BH.
“Não tenho a opção do metrô e pegar ônibus era um sacrifício diário. De carro, além do custo alto com combustível e estacionamento, enfrentava engarrafamentos praticamente todo dia”, relembra.
Com a motocicleta, ele reduziu o tempo no trânsito em mais de uma hora. “Os gastos diminuíram pela metade”, comemora Araújo.
Segurança
Coordenadora em educação de trânsito do Detran-MG, Luane Marçal reconhece a necessidade de campanhas educativas constantes com os motociclistas.
“Percebemos que nem todos são habilitados ou usam os equipamentos de segurança. É preciso incentivar o comportamento seguro no trânsito para reduzir os índices de acidentes”, destaca.
Acima da média
O crescimento de 2,7% da frota de motocicletas em Belo Horizonte, em um ano, foi menor que o registrado em todo o Estado. Em Minas, o aumento foi de 3,8% de abril de 2015 a abril de 2016, de acordo com o Denatran.
Entre as seis cidades mineiras mais populosas, a única que teve avanço maior que no Estado foi Juiz de Fora, na Zona da Mata: 5,2%, passando de 30.843 para 32.464 motos.
“Além de ser de grande porte, Juiz de Fora tem um traçado que permite a mobilidade com as motos com mais facilidade. Diferente de Belo Horizonte, que é cheia de regiões íngremes”, explica o mestre em transportes Márcio Aguiar.
Na garupa
Pelos dados do Denatran, do total da frota de veículos de Minas (em abril deste ano), 23% são motocicletas. A proporção é bem menor na capital: 12%.
Montes Claros é o único dos seis maiores municípios com percentual de motos na frota total superior ao do Estado. Dos 202.511 veículos que rodam pelas ruas da cidade do Norte de Minas, 35% são de duas rodas, o equivalente a 72.085.
Com 394.350 habitantes, segundo estimativa do IBGE de 1º de julho de 2015, Montes Claros tem uma moto para cada 5,4 moradores. Em BH, a proporção é de uma para cada 11,8.
Em Montes Claros houve um aumento significativo do serviço de mototáxi, o que justifica as estatísticas. Há um risco grande de acidentes. Não estou falando apenas de batidas em outros veículos e quedas, mas de pessoas que queimam as pernas nas descargas das motos, que não são adequadas para transportar passageiros”, critica Aguiar.
Atenção
Criado para chamar a atenção para o alto índice de mortes e feridos no trânsito, o movimento Maio Amarelo será encerrado amanhã. A campanha é simbolizada por um laço desta cor. Em BH, foi estampado em prédios como o da Cidade Administrativa, na região Norte.
“No encerramento haverá palestra e um ato de gentileza, com distribuição de flores na Praça 7”, diz Luane Marçal, que representa o Detran-MG no movimento Maio Amarelo.
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