Do G1
O advogado Conrado de Almeida Prado, que defende o pecuarista José Carlos Bumlai, afirmou ao G1, na manhã desta terça-feira (31), que seu cliente “teve reuniões com Marcelo Odebrecht ao longo de muitos anos”. Bumlai prestou depoimento aos delegados da Polícia Federal (PF) por cerca de uma hora sobre o assunto nesta terça. “Os assuntos eram diversos, muitos nem ligados ao governo e ao interesse público. Eram assuntos de interesse privado”, declarou o advogado.
Prado disse ainda que os encontros ocorreram entre 2010 e 2012. “A princípio, não há nenhuma irregularidade. Foram todos encontros formais”, acrescentou o jurista.
À época, Marcelo e Bumlai foram membros do Conselho de Desenvolvimento Social, segundo o advogado. “Por conta dessa circustância, acabaram se aproximando. Havia uma relação comercial (…), uma relação pública”, acrescentou o advogado.
Segundo Prado, o interrogatório envolvendo a relação entre os dois foi realizado no dia 24 de maio, mas a audiência foi interrompida com a informação da morte do principal advogado de Bumlai Arnaldo Malheiros Filho.
TINHA MEDO DO MST
Nesta segunda-feira (31), Bumlai informou ao juiz Sérgio Moro, em um interrogatório de uma ação penal da 21ª fase, que um dos motivos que o levou a ceder o nome para o empréstimo foi o medo de invasões de terra. Ele voltou a admitir que emprestou o nome para que R$ 12 milhões fossem repassados ao partido.
Conforme a acusação, a quitação do empréstimo feito no nome de Bumlai junto ao Banco Schahin foi feita através da assinatura de um contrato de US$ 1,6 bilhão entre o Grupo Schahin e a Petrobras para operação do navio sonda Vitória 10.000.
O pecuarista também admitiu que a quitação foi fraudada com um contrato falso de venda de embriões de propriedade de Bumlai para o Grupo Schahin.
UM GRANDE ERRO
“Eu, na verdade, cometi um grande erro, levado, conforme disse em depoimento, pela minha situação. Eu era proprietário na época de 210 mil hectares de terra, tudo produtivo. Com o PT assumindo o governo federal, nós éramos um grande alvo para invasões. Eu não falei isso na época por uma questão de receio, mas também porque achei que o empréstimo não ia sair”, disse Bumlai ao juiz.
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