A economia brasileira terminou 2015 com uma retração de 3,8% em relação
ao ano anterior, de acordo com números divulgados nesta quinta-feira,
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o
instituto, trata-se da maior queda da série histórica atual, iniciada em
1996. Considerando a série anterior, no entanto, o recuo é o mais
acentuado desde 1990, quando a economia brasileira amargou baixa de
4,35%. Apenas no quatro trimestre, a retração sobre o mesmo período de
2014 foi de 5,9% e, sobre o período anterior, a baixa foi de 1,4%. Entre
os setores, em todo o ano de 2015, a agropecuária cresceu 1,8%,
enquanto a indústria teve forte queda de 6,2% e os serviços, baixa de
2,7%. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou 5,9 trilhões
de reais. O PIB per capita somou 28,87 mil reais, queda de 4,6% sobre
2014. A queda do PIB também foi conduzida pelo resultado negativo dos
investimentos. A retração na formação bruta de capital fixo foi de 14,1%
em 2015. "Este recuo é justificado, principalmente, pela queda da
produção interna e da importação de bens de capital, sendo influenciado
ainda pelo desempenho negativo da construção neste período", explica o
IBGE. Enquanto isso, o consumo das famílias caiu 4% em relação ao ano
anterior (quando havia crescido 1,3%), "o que pode ser explicado pela
deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e
renda ao longo de todo o ano de 2015". A despesa de consumo do governo
caiu 1,0% - também desacelerando em relação a 2014, quando cresceu 1,2%.
Ainda conforme o IBGE, no setor externo, as exportações de bens e
serviços cresceram 6,1%, enquanto as importações tiveram queda de 14,3%.
Entre os produtos e serviços da pauta de exportações, os maiores
aumentos foram observados em petróleo, soja, produtos siderúrgicos e
minério de ferro. Já entre as importações, as maiores quedas foram
observadas em máquinas e equipamentos, automóveis, petróleo e derivados,
bem como os serviços de transportes e viagens. O resultado do PIB veio
em linha com o esperado pelo mercado. De acordo com o último boletim
Focus, divulgado na segunda-feira, o Brasil encerraria o ano passado com
retração de 3,8%. Já o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br),
considerado uma prévia do PIB, apontava para uma queda maior, de 4,08%
no ano passado. (Veja)
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