MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

OCIRCO DO IMPEACHMENT DE DILMA








A decisão de Eduardo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados,de 2.12.2015, determinando a aberturado processo de  crime de responsabilidade ,para efeitos de impedimento (impeachment) da Presidente Dilma Rousseff, por fatos oriundos das chamadas “pedaladas fiscais”, apontadas pelo Tribunal de Contas da União, merece algumas incursões do pensamento.
Sem que se entre no mérito dessa decisão,o fato é que ela está formalmente de acordo com a Constituição e com as demais leis que tratam da matéria, que são as mesmas que regiam o impeachment do Presidente Fernando Collor de Melo, ocorrido em 1992.
Sem dúvida esse processo vai se desenrolar como um jogo de xadrez, com hábeis “enxadristas” de ambos os lados, e cada um, a seu modo, defendendo a versão que mais lhe convém.
O resultado final desse processopode ser antecipado com enormes chances de acerto ,usando-se a lógica e a matemática como ferramentas.Como é preciso 2/3 (dois terços) dos votos da Câmara Federal para que o processo seja encaminhado ao Senado da República, competente para julgar o impeachment, tudo leva a crer que essa maioria absoluta não será obtida. Também não pode ser desprezado o poder de “compra” que tem o Planalto sobre o Congresso Nacional.
Pressupondo que o PMDB abandonasse a fidelidade “canina” que tem em relação aoPT, em retribuição a todos os favores que tem recebido durante todo  esse tempo,visando,no caso, colocar o “seu” vice ,Michel Temer,no lugar de Dilma,mesmo assim os 2/3  necessários para derrubar a “ré” não seriam obtidos. O Total de deputados federais é de 5l3. O PT tem 70 deputados. Os partidos que são seus “colegas” no Foro de São Paulo somam mais  78 parlamentares. Só essespartidos membros do FSP já somam  148 deputados. Com esse batalhão de deputados, certos pró-Dilma, somado aos outros deputados que também rejeitariam o crime de responsabilidade, por qualquer razão,inclusive “compra”,totalizando mais de 1/3,já seria o suficiente para obstaculizar a sentença de procedência do crime de responsabilidade da Presidente. Se Sherlock Holmes aqui estivesse, ele concordaria com isso e certamente se dirigiria ao seu fiel assistente, Doutor Watson, dizendo-lhe: “elementary,mydearWatson”. Duvido até que seja conseguido o quórum demetade dos votos da Câmara para acolher a procedência do crime de responsabilidade.
A definição de ser,ou não ser, crime de responsabilidade, para efeitos de processamento de “impedimento” da Presidente da República,as chamadas “pedaladas fiscais”,nas contas da União, tem ocupado enormes espaços na mídia e nas discussões entre os especialistas e pessoas interessadas pelo que se passa na política.
Parece que os motivos que levariamao “crime de responsabilidade” seriam vários, uma vez que nunca se viu tantas irregularidades  e corrupção com o dinheiro público como nos governos do PT. Mas o que há de concreto mesmo é a decisão do TCU sobre as “pedaladas fiscais” ,que o Governo tem feito para “maquiar” as suas contas. Essa é que foi determinante da decisão do Presidente da Câmara. Talvez essa irregularidade nem esteja tão “contaminada” de ilícitos ,como  outras, muito mais graves. Com as “pedaladas”ninguém colocou dinheiro no próprio bolso,o mesmo não acontecendo com os outros ilícitos que já se anunciam terem passado  do “trilhão” de reais, que estão num crescendo sem fim, e que foram parar nas contas pessoais de uma enorme quantidade de corruptos.
Mas a verdade é que toda essa “lambança” com o dinheiro público vai poder ser levada em contanas “pedaladas fiscais” a serem apreciadas pela Câmara. Estas serviriam  de “gota d’água” para buscar as outras irregularidades e condenar Dilma. Para quemnão sabe, o sentido que pretendemos emprestar  à “gota d’água” é aquele mesmo  que o criminalista Nelson Hungria deu a um pequeno motivo para a prática de um crime qualquer, desproporcional à pequenez do motivo. Por exemplo: o sujeito dá um tiro e mata aquele que lhe mostrou a língua. O “detalhe” é que antes de mostrar a língua para quem o matou, a vítimahavia assassinado a mãe do seu matador  e  estuprado  a sua mulher, sem qualquer reação à altura . Conclusão: o motivo da execução não foi a exibição da língua. Esta foi a “gota d’água”. Os motivos verdadeiros foram outros e anteriores.
Resumidamente queremos dizer que as “pedaladas fiscais” poderão ser a “gota d’água” para julgar procedente o processo contraDilma Rousseff,por crime de responsabilidade, apesar  de não acreditarmos que seja obtida a maioria de 2/3 necessária para tal fim. Mas os deputados que quiserem votar a favor do acolhimento do crime de responsabilidade, ”pensando” nos demais crimes, quenem estão relacionados nos autos, poderão fazê-lo livremente, em vista da soberania que possuem sobre o próprio voto, uma vez que nem estão obrigados a justificar e fundamentar a própria decisão,como estão obrigados  a fazê-lo os juízes  do Poder Judiciário.Daria no mesmo que fazer amor com uma mulher “pensando” na outra. A “eleição” será SIM ou NÃO.
Sérgio Alves de Oliveira/ Advogado,Sociólogo

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