MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Esquecidos por parentes, idosos comemoram Natal com jantar em RO


Casa do Ancião ofereceu jantar especial aos internos em Porto Velho.
Mais de 30 idosos amargam a dor de ser esquecido pela família.

Toni FrancisDo G1 RO
Jantar marcou passagem do Natal na casa do ancião em Porto Velho (Foto: Toni Francis/G1)Jantar marcou passagem do Natal na casa do ancião em Porto Velho (Foto: Toni Francis/G1)
Idosos internos da Casa do Ancião São Vicente de Paula, em Porto Velho, tiveram as comemorações alusivas ao Natal antecipadas. Na quarta-feira (23), a direção da casa ofereceu um jantar especial aos 33 internos, com muita comida, enfeites com motivos natalinos e muita música.
A administradora da instituição, Djanira Maria da Silva, disse que, como a maioria dos idosos vive isolada dos parentes, sem receber sequer uma visita durante todo o ano, o jantar foi uma forma de resgatar esse sentimento de família que, muitas vezes, é perdido durante o período natalino.
Dona Neusa Carneiro, aos 90 anos ainda sustenta a vaidade inerente ao sexo feminino (Foto: Toni Francis/G1)Dona Neusa Carneiro, aos 90 anos ainda sustenta
a vaidade característica do sexo feminino
(Foto: Toni Francis/G1)
Mas as comemorações não acabam por aí, nesse dia 29, segundo a administradora, os idosos serão convidados a participar de um passeio a um balneário, onde deverão participar de diversas atividades.
No dia 30 outro jantar especial marcará as festas de final de ano. "É um modo de alegrar esses homens e mulheres que, na maioria dos casos, têm apenas os funcionários da casa como referência de amizade", afirmou Djanira Maria.
E a estratégia parece surtir efeito, que o diga a anciã Neusa Carneiro que, aos 90 anos, mesmo na cadeira, balançou o corpo e bateu palmas ao som de músicas sertanejas, durante o jantar de Natal. Apesar de não ouvir muito bem, Dona Neusa, como é mais conhecida, gosta de conversar e ainda sustenta a conhecida vaidade feminina. Quando soube que seria fotografada pela reportagem do G1, insistiu para pentear o cabelo e se olhou por diversas vezes no espelho. "Gosto de ficar bonita", disse.
Djanira Maria, diretora da Casa do Ancião, em Porto Velho (Foto: Toni Francis/G1)Djanira Maria, diretora da Casa do Ancião, em
Porto Velho (Foto: Toni Francis/G1)
Dona de um semblante que expressa sofrimento, ela contou que teve uma vida dura. "Bem nova vim do Ceará, com os meus pais, para trabalhar em um seringal no Acre. Cedo fugi de casa porque meu pai me batia muito e, depois que casei, apanhei do marido. Foi dolorido, fugi e vivi em vários locais, sempre sofrendo”, narrou.
Hoje, aos 90 anos, sua melhor amiga, segundo confidenciou, é Djanira, a administradora da casa que há sete meses tem estado à frente da instituição.
Em conversa com o G1, dona Neusa fez questão de segurar firme a mão do repórter e desejar-lhe felicidades, mas na despedida foi enfática, quase que suplicante, "volte outras vezes", pediu. "Eles são muito carentes de visitas externas, quando alguém aparece, é um deleite. Eles sempre pedem para a pessoa voltar", observou Djanira.

Além dos funcionários, a administradora conta com apoio de alguns estagiários para cuidar dos mais de 30 idosos. "É como cuidar de crianças, com a diferença de que eles pouco se socializam. Vez ou outra há pequenos desentendimentos e alguns têm gênios fortes. Temos que ter muita paciência. Mas é prazeroso", explicou.
Além de receber visitas, a casa aceita doações. "Estamos abertos a filantropia, mas, o mais importante são as visitas, eles (anciãos) necessitam muito de atenção", acentuou Djanira.

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