Pão fit criado por português conta com frutos amazônicos e zero gordura.
Fibras do caroço do açaí e ouriço da castanha são usados nas massas.
José Carlos Neves trabalha no desenvolvimento dos pães (Foto: Érico Xavier/Agência Fapeam)
Quem tem restrições alimentares sabe da dificuldade em encontrar
produtos livres de glúten ou lactose, por exemplo. Um empresário do ramo
de panificação no Amazonas viu nesta necessidade a oportunidade de
criar pães e bolos que além de atender esse público, pudesse utilizar os
frutos amazônicos que têm partes desperdiçadas como o caroço do açaí e o
ouriço da castanha. O produto está em fase de testes e pode ter
validade de até seis meses."O caroço do açaí é praticamente todo desperdiçado, mas é muito rico em fibras. O mesmo acontece com o ouriço da castanha. Percebi a potencialidade desses frutos. Fizemos testes por dois anos e chegamos ao bolo, que hoje é comercializado. Agora, estamos testando o pão, que também tem a mesma proposta de não conter lactose, glúten e nenhuma gordura", explica o empresário.
Fibras do caroço do açaí e ouriço da castanha são usados nas massas (Foto: Fapeam/Divulgação)
O "Bolo Amazônico" é produzido com baixo processamento e sem adição de
corantes e adoçantes artificiais. No produto, há castanha-do-Brasil,
cupuaçu, cumaru e puxuri. Depois de produzido, o bolo tem a validade de
quatro meses.(Foto: Divulgação/Semmas)
Por ter uma filosofia de produzir alimentos naturais, Neves afirma que procura obter os frutos de agricultores que não usam agrotóxicos e que sejam certificados por laboratórios especializados.
"Infelizmente, não conseguimos comprar produtos sem agrotóxico aqui, então nossos frutos vem do Acre, Pará e São Paulo. Os produtores aqui não têm selo de certificação de laboratório que seja orgânico. A castanha, por exemplo, não pode ficar muito tempo no chão depois de colhida porque pode entrar em contato com o solo contaminado", afirma.
Vendas
De acordo com o professor, os pães estão sendo testados quanto ao prazo de validade e em janeiro, as pesquisas devem apontar quanto tempo ele poderá ficar nas prateleiras. A proposta é que o produto tenha validade de seis meses.
O próximo passo será disponibilizar o produto no mercado e ver a aceitação dos consumidores. O preço, segundo Neves, será similar ao dos pães sem glúten encontrados hoje no mercado.
Os pães são resultado do projeto de pesquisa "Pães Inovadores com Insumos Amazônicos" que conta com o apoio do Governo do Estado do Amazonas via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Subvenção Econômica à Inovação (Tecnova-AM).
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