
Após a divulgação, na terça-feira, de que a
economia brasileira se retraiu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, economistas
começaram a recalcular suas projeções para o crescimento do país no próximo ano,
que variam agora desde apenas 1,5% a até 2,1%, segundo levantamento do GLOBO em
oito bancos e consultorias. O Banco Fibria, por exemplo, reduziu a projeção de
1,8% para 1,5%, a Opus Gestão baixou de 1,8% para 1,6% e o Citibank manteve os
2%.
Segundo Silvia Matos, coordenadora do Ibre da
Fundação Getulio Vargas (FGV), nada parece ser capaz de “salvar” o PIB do ano
que vem. Segundo ela, sem reformas tributária e trabalhista, além de um ajuste
fiscal, o país não acelera. - O próximo ano será para controlar a inflação:
juros crescendo mais, renda e crédito crescendo menos. E o lado fiscal não vai
ajudar. Temos pouca margem de manobra. Só um milagre - diz Silvia, que prevê
alta de 1,8% do PIB em 2014.
O crescimento do próximo ano será menor do que
o deste ano - previsto em 2,2% a 2,4% - pela própria herança de baixo ritmo
deste ano. O economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio e Ópus Gestão, afirma
que o crescimento seria possível se medidas tivessem sido tomadas desde 2012,
como os investimentos em infraestrutura, que atrasaram, e um ajuste fiscal: - Se
o governo aumentasse o superávit fiscal primário, teria ganho de credibilidade e
atrairia investimento privado. Mas seria algo para se beneficiar só em
2015.
Para Claudio Frishtak, presidente da
consultoria Inter.B, o programa de concessões de aeroportos, rodovias e
ferrovias deve elevar a taxa de investimento em infraestrutura no próximo ano
para 2,80%, acima dos 2,33% de 2012 e dos 2,45% previstos para este ano: - É um
número positivo, mas nada suficiente para elevar o PIB para algo muito acima de
2%.
Integrantes da equipe econômica avaliam que
muito pode ser feito a curto prazo, mas destacam que a ordem é não adotar
medidas que tenham impacto no superávit primário. Um dos caminhos seria
impulsionar os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e
agilizar as privatizações. Mas, nos bastidores, os técnicos fazem uma crítica à
gestão do próprio governo.
Segundo um assessor do ministro da Fazenda,
Guido Mantega, o recuo esperado do PIB no terceiro trimestre era de 0,3% e a
avaliação é que o resultado foi influenciado pelo clima negativo que se instalou
no país com as manifestações, o que afetou os investimentos. O resultado, porém,
trouxe certo “alívio” para a política monetária, pois mostrou que a economia
está desaquecida e não há inflação de demanda. ( O
Globo)
BLOG DO CORONEL
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