Peixe habita as regiões quentes de todos os oceanos, mas não costuma se aproximar da costa
Espécie é conhecida popularmente com outros nomes, como agulhão-negro e agulhão-azul
Foto:
Anselmo Prada / Divulgação
Gabriel Rosa
O marlin-azul de 300 kg
e três metros de comprimento capturado no canal da Barra da Lagoa, em
Florianópolis, pode ter se ferido ou debilitado de alguma forma ainda
longe da costa, parando na região por acaso. O peixe é comum em regiões
tropicais e subtropicais de todos os oceanos, mas habita as áreas mais
profundas e dificilmente é encontrado próximo à praia, como ocorreu no
último sábado.
A espécie é conhecida popularmente com outros nomes, principalmente agulhão-negro e agulhão-azul. Eles são grandes nadadores e geralmente permanecem longe da costa devido à alimentação baseada em lulas e peixes oceânicos. Os maiores exemplares da espécie podem pesar mais de 600 quilos e medir até quatro metros de comprimento.
Para o oceanógrafo Paulo Ricardo Schwingel, professor da Univali, é difícil especular o que pode ter ferido um peixe deste porte, já que ele não tem predadores naturais. Schwingel explica que não existe pesca dirigida à espécie no Brasil e ele costuma ser capturado por acaso, em espinheis - cabos suspensos por boias, repletos de linhas com anzóis e iscas.
— Quando se vê um marlin-azul com uma mordida de tubarão, por exemplo, é muito provável que ele tenha ficado preso a algum anzol. É uma espécie que nada muito rápido, então dificilmente é arrastado pela corrente ou fica encalhado — afirma Schwingel.
O marlin-azul faz parte da família dos atuns, que tem como características a cauda em meia-lua e o corpo alongado. Como habitam áreas mais quentes dos oceanos, são encontrados com mais frequência nas regiões de Vitória, Guarapari, Salvador, Ilhéus, Cabo Frio e Ilhabela, mas podem ser vistos até o sul dos Estados Unidos.
Pesca é proibida no Brasil desde 2005
O marlin-azul encontrado no canal da praia na Barra da Lagoa foi motivo de festa para os pescadores, que não viam um membro da espécie na região há dez anos. Entretanto, a captura deles é proibida por uma instrução normativa da antiga Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) desde 2005. O texto afirma que os peixes embarcados vivos devem ser devolvidos ao mar, e os mortos encaminhados a institutos de pesquisa científica, hospitalares ou outros fins beneficentes.
O analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Gilberto Salles, afirma que a instrução normativa da Seap não é voltada à pesca artesanal, e por isso os pescadores da Barra da Lagoa não deverão ser penalizados pelo ato. Para Salles, a legislação existe para evitar a pesca em larga escala em alto-mar, algo que não acontece no Brasil.
— O marlin-azul é tão incomum em regiões costeiras que sequer existe uma fiscalização específica para isso. Um animal como este, que sobrevive à base de peixes oceânicos e precisa de uma grande quantidade de comida, não aguentaria muito tempo mesmo se fosse devolvido ao mar — complementou.
A espécie é conhecida popularmente com outros nomes, principalmente agulhão-negro e agulhão-azul. Eles são grandes nadadores e geralmente permanecem longe da costa devido à alimentação baseada em lulas e peixes oceânicos. Os maiores exemplares da espécie podem pesar mais de 600 quilos e medir até quatro metros de comprimento.
Para o oceanógrafo Paulo Ricardo Schwingel, professor da Univali, é difícil especular o que pode ter ferido um peixe deste porte, já que ele não tem predadores naturais. Schwingel explica que não existe pesca dirigida à espécie no Brasil e ele costuma ser capturado por acaso, em espinheis - cabos suspensos por boias, repletos de linhas com anzóis e iscas.
— Quando se vê um marlin-azul com uma mordida de tubarão, por exemplo, é muito provável que ele tenha ficado preso a algum anzol. É uma espécie que nada muito rápido, então dificilmente é arrastado pela corrente ou fica encalhado — afirma Schwingel.
O marlin-azul faz parte da família dos atuns, que tem como características a cauda em meia-lua e o corpo alongado. Como habitam áreas mais quentes dos oceanos, são encontrados com mais frequência nas regiões de Vitória, Guarapari, Salvador, Ilhéus, Cabo Frio e Ilhabela, mas podem ser vistos até o sul dos Estados Unidos.
Pesca é proibida no Brasil desde 2005
O marlin-azul encontrado no canal da praia na Barra da Lagoa foi motivo de festa para os pescadores, que não viam um membro da espécie na região há dez anos. Entretanto, a captura deles é proibida por uma instrução normativa da antiga Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) desde 2005. O texto afirma que os peixes embarcados vivos devem ser devolvidos ao mar, e os mortos encaminhados a institutos de pesquisa científica, hospitalares ou outros fins beneficentes.
O analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Gilberto Salles, afirma que a instrução normativa da Seap não é voltada à pesca artesanal, e por isso os pescadores da Barra da Lagoa não deverão ser penalizados pelo ato. Para Salles, a legislação existe para evitar a pesca em larga escala em alto-mar, algo que não acontece no Brasil.
— O marlin-azul é tão incomum em regiões costeiras que sequer existe uma fiscalização específica para isso. Um animal como este, que sobrevive à base de peixes oceânicos e precisa de uma grande quantidade de comida, não aguentaria muito tempo mesmo se fosse devolvido ao mar — complementou.
DIÁRIO CATARINENSE
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