Problema é registrado no bairro do Alto do Cabrito, em Salvador.
Vizinhos dizem que dique não passa por uma limpeza há quatro meses.
"[É para] Matar as muriçosas, que está [sic] demais aqui. Chega essa época de verão e ninguém dorme. Ninguém consegue assistir televisão porque as muriçocas não deixa [sic]. Esse horário ainda dá para queimar um fogo e elas somem um pouquinho, mas depois que acabar aí, mais tarde, aparece tudo de novo. E aí é um terror dentro de casa", reclama o marceneiro Jadir Santos.
Moradores fazem fogueira para espantar mosquitos
em Salvador (Foto: Reprodução/TV Bahia)
"A gente não consegue dormir, não consegue nem assistir uma televisão
na sala que fica terrível. É um tapa pra lá, tapa pra cá que ninguém
aguenta", conta rindo a mãe social Joalice Ribeiro.em Salvador (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Os moradores vivem em um local em frente ao dique do Alto do Cabrito. A região está cheia de baronesas, plantas que favorecem o aparecimento de mosquitos. Comerciantes afirmam que por conta do problema estão tendo que fechar as portas mais cedo.
A dona de casa Janice Barreto tem dois filhos, sendo que um deles é bebê. Ela afirma que já usou tudo que tinha à disposição para resolver o problema, mas não funcionou. "Eu uso inseticida. Nele [em um dos filhos] tem vezes que eu uso repelente e mesmo assim não dá jeito", diz.
De acordo com os moradores, o dique não passa por uma limpeza há mais de quatro meses. "Está todo mundo aqui sofrendo por causa das muriçocas. A gente está entrando com uma ação no Ministério Público porque estamos largados aqui", crítica a comerciante Anita Oliveira.
A Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop) informou que irá enviar uma equipe para avaliar a situação do canal do Alto do Cabrito.
Especialista orienta moradores
A médica dermatologista Vitória Rego conta que as fogueiras ajudam a diminuir o número de insetos. "Uma maneira de se espantar é com o calor, acendendo fogueira, colocando repelentes. Realmente afasta um pouco, mas não elimina o problema".
Segundo Vitória Rego, a depender do caso, as picadas podem causar problemas renais e cardíacos. "O maior problema das picadas de inseto, principalmente a muriçoca, é o ato de coçar. Esse é o primeiro ato porque tendo ou não alergia coça muito. Quem tem alergia, a reação é muito mais inflamatória. Fica caroço, fica avermelhado e coça mais. Isso leva, principalmente nas crianças que às vezes são as mais afetadas, à infecção de pele. E essas infecções de pele podem ser locais apenas, e isso precisa de uma medicação local, até infecções mais graves, como alterações renais e outros tipos de infecção. Fora isso manchas residuais que são um grande incômodo. Mas o maior problema é reação imediata com coceira intensa e, consequentemente, com infecção de pele, que é o mais temido das infecções, que podem levar a alterações cardíacas e renais", explica.
A médica conta que, diferentemente do mosquito da dengue, as muriçocas se reproduzem em águas sujas. Canais que não foram limpos podem contribuir para o aparecimento dos insetos. "Como a gente tem essa dubiedade, é inverno mas faz calor, às vezes no final do inverno e início da primavera-verão é quando elas mais acontecem, porque chove, a água fica acumulada, elas se reproduzem, e quando começa o calor elas saem. Então, realmente, a água parada, os canais que não foram limpos, não necessairamente a baronesa, podem favorecer o aparecimento mesmo".
Como orientação para as pessoas que forem picadas, a médica sugere, dentre outras coisas, que elas usem água gelada ou gelo no local. "Pouco, para que não haja uma queimadura com gelo, porque às vezes isso pode ser pior que a picada de inseto. Repelente é super importante. Lembrar sempre que a muriçoca pica no final da tarde e início da noite. Normalmente ela não morde durante o dia. Então por isso a preocupação de usar repelente, usar calça comprida, fechar janelas, colocar telas, procurar sempre um especialista para orientação".
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