Ufac realiza estudo sobre a qualidade da água do Igarapé Preto.
Presença de rochas no leito deixa água mais fria, diz secretária.
Igarapé Preto, em Cruzeiro do Sul, atrai turistas e moradores da região (Foto: Genival Moura/G1)
O Igarapé Preto, assim chamado devido a cor da água, desperta a atenção
de quem visita o município de Cruzeiro do Sul (AC). Um dos balneários
localizados ao longo do curso do igarapé fica bem próximo ao Aeroporto
Internacional, sendo o cartão de visitas da cidade.Além de escura, a água do igarapé é bem mais fria do que todos os outros mananciais da região de floresta do Vale do Juruá. O local é bastante visitado por turistas e moradores locais que buscam se refrescar, principal no período de verão amazônico, quando a temperatura chega aos 38 graus.
A professora e bióloga Erlei Cassiano Kepeller, da Universidade Federal do Acre (Ufac) explica que este tipo de água escura em rios e igarapés da Amazônia é devido à decomposição da floresta.
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“Existe a presença de ácidos húmicos e fúlvicos, um material orgânico
solúvel de coloração marrom ou avermelhada, produzido pela decomposição
da floresta, quando inundada. O Rio Moa, por exemplo, ainda é
transparente, mas o Igarapé Preto que é seu afluente tem a água negra,
pelo fato de ser raso, e o material de cor escura é refletido do fundo”,
analisa.A equipe da Ufac está realizando um estudo sobre a qualidade da água do Igarapé Preto. Segundo a bióloga, a pesquisa mede itens como temperatura, oxigênio e turbidez em pontos diferentes do curso do igarapé. O resultado vai apontar caminhos e sugestões para a preservação do manancial.
Para a secretária de meio ambiente de Cruzeiro do Sul, Francisca Nascimento, a água do Igarapé Preto é gelada devido a presença de rochas no leito, quase todo coberto pela vegetação. “Acredito seja essa explicação, a mesma que consta no plano de manejo do Parque Nacional da Serra do Divisor publicado pelo Ibama em relação às águas do Rio Môa. O Igarapé Preto tem as mesmas características”, compara.
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