MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ato 'foi feito por uma minoria', diz médico cubano hostilizado no Ceará


Na segunda-feira (26), eles foram xingados por médicos em Fortaleza.
Nesta terça (27), movimentos sociais distribuíram flores em curso.

Do G1 CE

Após xingamento, médicos estrangeiros recebem flores em Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Após xingamento, médicos estrangeiros recebem flores em Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Depois do protesto com vaias e xingamentos na abertura do curso, os médicos estrangeiros que chegaram ao Ceará pelo Mais Médicos receberam flores e aplausos de integrantes de movimentos sociais nesta terça-feira (27) na Escola de Saúde Pública, em Fortaleza. Na saída do primeiro dia de aula do curso preparatório, os estrangeiros deram sorrisos e sinais de positivo para quem os esperavam e receberam aplausos e gritos como “Cubano amigo, o povo está contigo”.
“Estamos seguro. Confiamos no povo brasileiro e temos uma tarefa que vamos cumprir”, afirmou o médico cubano José Armando Molina, ao sair do primeiro dia do curso. Segundo ele, os médicos estrangeiros não ficaram assustados e tristes com o ato hostil que aconteceu na segunda-feira (26) quando foram chamados de “escravos” e “incompetentes”.
“Vimos que aquilo foi feito por uma minoria de pessoas. Hoje (terça-feira), foi o dia mais bonito desde que chegamos ao Brasil. Conhecemos que o povo brasileiro é irmão como somos dele. Estamos aqui para trabalhar para o povo brasileiro”, completa.
Cerca de 100 pessoas fazia parte do grupo que distribuiu flores para os médicos estrangeiros. No fim do dia, eles entraram no auditório onde são realizadas as aulas e mostraram solidariedade aos profissionais. “O que aqueles médicos fizeram foi uma questão de classe. Estamos aqui para um ato de acolhida”, afirma Camila Silveira, da União da Juventude Socialista (UJS), um dos movimentos que partiCIparam do ato.
Além da UJS, também acolheram os médicos estrangeiros nesta terça-feira (27) representantes do Movimento Sem Terra, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira de Mulheres e da Casa da Amizade Brasil-Cuba no Ceará. “Temos que ser solidários. Temos que ser respeitosos. Que tiver que fazer o protesto façam ao governo e não aos profissionais”, afirma o presidente da Casa da Amizade Brasil-Cuba no Ceará, Antônio Ibiapina da Silva.
Hostilidade
O protesto desta segunda-feira foi organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) e pedia a aplicação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) para os médicos estrangeiros, mas na saída houve bate-boca e tumulto. Na saída da abertura do curso, os estrangeiros foram xingados de “escravos” , 'incompetentes' e “voltem para a senzala”.
O secretário de gestão estratégica do ministério da saúde Odorico Monteiro disse ter sido atingido com um ovo e agredido fisicamente e não descarta registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) contra o Simec. ''Foi um ato de agressividade, xenofobia, preconceito e racismo. Nós entendemos que o preconceito e racismo de alguns é porque ainda eles sentem saudades da Casa Grande e Senzala" , desabafou nesta manhã.
E completou. "Foi o meu primeiro ovo. E o primeiro a gente nunca esquece. Temos que repudiar atos do tipo e propagar e defender uma cultura de paz. Não houve agressão física em outras pessoas, mas em mim, sim, como empurrões e tapas. Houve agressão verbal.  Estou analisando isso. Inclusive, fiquei sabendo que alguns representantes sociais vão entrar com queixa alegando xenofobia e racismo contra o Sindicado dos Médicos", disse.
Logo em seguida, Odorico Monteiro, disse que espera uma retratação do Sindicato dos Médicos do Ceará o quanto antes. "Nós entendemos que o Simec teria que se retratar. O que ocorreu nesta segunda-feira aqui é lamentável. É preciso uma retratação. Jovens médicos praticaram atos de violência", disse.

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