MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 8 de março de 2013

Royalties do petróleo – Calote de Cabral é reação descabida


Não tem jeito! O estilo do governador Sérgio Cabral, definitivamente, afronta as balizas elementares da minha lógica. Mesmo quando avalio que ele está com a razão, seu histrionismo me constrange. Vamos lá. Já escrevi alguns posts sobre a mudança da lei dos royalties do petróleo. Sou crítico do texto aprovado no Congresso. Acho justa a reclamação de Rio, Espírito Santo e São Paulo. E mostrei também as omissões de Lula e Dilma nessa história. Mas há um limite, não é?
Com grande alarde — e, desta feita, sem chorar —, Cabral anunciou a suspensão de todos os pagamentos feitos pelo estado do Rio, exceção feita ao salário dos servidores. Só ontem, o governo teria deixado de pagar R$ 82 milhões. O governador alega que se trata de medida preventiva, até que ele tenha noção da solvência do estado.
Huuummm… Cabral é bom de mídia, mas isso não torna a sua decisão razoável.
Comecemos pelo óbvio: e se, eventualmente contrariados, os estados não-produtores, em número muito maior, decidirem fazer o mesmo? Qual é o sentido subjacente à decisão de Cabral? Ou o Congresso e o Supremo fazem o que ele quer — ainda que possa ser justo —, ou dá calote em todo mundo?
O governador não deveria, nesse particular ao mesmo, receber o tratamento, digamos, simpático que está recebendo de alguns setores. E se a moda pega? O fato de que possamos achar que ele está do lado certo nessa pendenga não lhe dá o direito de agir de forma tão errada.
Esse troço começou todo torto. Lula e Dilma, insisto, decidiram não intervir por razões políticas. Cabral preferiu correr para os braços da galera, achando que uma passeata na orla conseguiria sensibilizar o Congresso — cuja maioria é oriunda de estados não produtores.
Dar calote não é, definitivamente, a boa resposta a uma decisão infeliz do Congresso.
Por Reinaldo Azevedo

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