Não
tem jeito! O estilo do governador Sérgio Cabral, definitivamente,
afronta as balizas elementares da minha lógica. Mesmo quando avalio que
ele está com a razão, seu histrionismo me constrange. Vamos lá. Já
escrevi alguns posts sobre a mudança da lei dos royalties do petróleo.
Sou crítico do texto aprovado no Congresso. Acho justa a reclamação de
Rio, Espírito Santo e São Paulo. E mostrei também as omissões de Lula e
Dilma nessa história. Mas há um limite, não é?
Com grande
alarde — e, desta feita, sem chorar —, Cabral anunciou a suspensão de
todos os pagamentos feitos pelo estado do Rio, exceção feita ao salário
dos servidores. Só ontem, o governo teria deixado de pagar R$ 82
milhões. O governador alega que se trata de medida preventiva, até que
ele tenha noção da solvência do estado.
Huuummm… Cabral é bom de mídia, mas isso não torna a sua decisão razoável.
Comecemos
pelo óbvio: e se, eventualmente contrariados, os estados não-produtores,
em número muito maior, decidirem fazer o mesmo? Qual é o sentido
subjacente à decisão de Cabral? Ou o Congresso e o Supremo fazem o que
ele quer — ainda que possa ser justo —, ou dá calote em todo mundo?
O
governador não deveria, nesse particular ao mesmo, receber o tratamento,
digamos, simpático que está recebendo de alguns setores. E se a moda
pega? O fato de que possamos achar que ele está do lado certo nessa
pendenga não lhe dá o direito de agir de forma tão errada.
Esse troço
começou todo torto. Lula e Dilma, insisto, decidiram não intervir por
razões políticas. Cabral preferiu correr para os braços da galera,
achando que uma passeata na orla conseguiria sensibilizar o Congresso —
cuja maioria é oriunda de estados não produtores.
Dar calote não é, definitivamente, a boa resposta a uma decisão infeliz do Congresso.
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