MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 7 de março de 2013

Pesquisadores monitoram onças da Amazônia usando colares com GPS


Animais vão ser estudados por ao menos um ano em reserva ambiental.
Ideia é entender como sobrevivem em ambiente alagado.

Rafael Sampaio Do Globo Natureza, em São Paulo

Pesquisadores do Projeto Iauaretê, desenvolvido na floresta amazônica pelo Instituto Mamirauá, colocaram colares com GPS e sistema de comunicação via satélite em cinco onças-pintadas para monitorar seus movimentos e conhecer mais dos hábitos destes felinos, segundo o biólogo Emiliano Esterci Ramalho, coordenador da pesquisa.
O estudo visa entender o comportamento das onças em uma região do Amazonas que fica alagada durante parte do ano, na Reserva Ambiental Mamirauá, gerida pelo instituto de mesmo nome, afirma Ramalho. Os pesquisadores querem saber se as onças permanecem na área da reserva no período de cheia do Rio Solimões e como elas sobrevivem.
Onça capturada por pesquisadores do Instituto Mamirauá para monitoramento (Foto: Divulgação/Brandi Jo Petronio/Instituto Mamirauá)Onça capturada por pesquisadores do Instituto Mamirauá para monitoramento (Foto: Divulgação/Brandi Jo Petronio/Instituto Mamirauá)
A hipótese, segundo o pesquisador, é que boa parte dos animais, principalmente as fêmeas, sobreviva às cheias do Rio Solimões subindo em árvores e eventualmente nadando para se locomover.
"Os machos sairiam para áreas secas, onde continuariam se alimentando bem, para prosseguir com o comportamento reprodutivo. Já as fêmeas continuariam no local por priorizar o cuidado com os filhotes", pondera o biólogo.
Os pesquisadores querem confirmar a teoria, já que têm dados de uma fêmea monitorada em 2009 que continuou na região da reserva durante o período de cheia. "A onça que conseguimos monitorar não saiu do Mamirauá, ela sobreviveu aqui o ano todo", diz Ramalho.
Machos e fêmeas
As cinco onças - dois machos e três fêmeas - foram capturadas pelos pesquisadores entre novembro de 2012 e fevereiro deste ano. Os animais foram sedados na própria mata e ali receberam o colar, tiveram sangue coletado e a saúde avaliada, segundo o biólogo. O processo durou em média uma hora para cada animal, que foi deixado na natureza logo depois de terminado o procedimento.
Os animais serão monitorados por no mínimo um ano, diz Ramalho. Os colares registram a localização dos animais via GPS de duas em duas horas, e enviam estes dados via satélite de dois em dois dias. Os dados serão recebidos via e-mail pelo projeto.
Onça capturada para pesquisa científica (Foto:  Divulgação/Brandi Jo Petronio/Instituto Mamirauá)Onça capturada para pesquisa científica (Foto:
Divulgação/Brandi Jo Petronio/Instituto Mamirauá)
As informações também ficam guardadas nos próprios colares, que devem cair do pescoço dos animais em no mínimo um ano. Os objetos podem ser localizados pelos pesquisadores por um sistema de sinais de rádio.
"A gente está fazendo este estudo em uma área muito peculiar, que são as florestas de várzea da Amazônia", afirmou o biólogo.
"Além disso, estamos fazendo a descrição do estado de saúde dos animais, com a ajuda de uma veterinária que faz parte da equipe." Por isso houve a coleta de sangue e a avaliação do organismo dos animais, ressalta Ramalho.
O monitoramento também vai informar se os animais se aproximaram de áreas habitadas por pessoas. "A gente vai saber se elas estão andando próximo a uma comunidade humana ou não. Se houver predação de um animal doméstico, por exemplo, a gente vai conseguir identificar", pondera.
"Virtualmente toda a terra da reserva Mamirauá fica debaixo da água", relata o pesquisador, ao citar as cheias. Ele ressalta que o rio chega a subir até 10 metros nesta época do ano. "Devido à peculiaridade da onça na várzea, elas se alimentam principalmente de bichos-preguiça e de jacarés-tinga", diz Ramalho.
Pesquisadores colocam colar em onça que vai ser monitorada na reserva Mamirauá (Foto: Divulgação/Brandi Jo Petronio/Instituto Mamirauá)Pesquisadores colocam colar em onça que vai ser monitorada na reserva Mamirauá (Foto: Divulgação/Brandi Jo Petronio/Instituto Mamirauá)

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