Em nota, movimento alegou que propriedade foi multada pelo Ibama por desmatamento irregular; parlamentar disse que não vai se 'amedrontar'
O Estado de S. Paulo - Texto atualizado às 12h
Cerca de 500 mulheres do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) invadiram na manhã desta quinta-feira, 7, um
canteiro de mudas de eucalipto na sede da fazenda Aliança, de
propriedade do filho da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), deputado federal
Irajá Abreu (PSD-TO), localizada no município de Aliança (TO), às
margens da rodovia Belém-Brasília.
Divulgação
Sem-terra protestam contra a senadora em fazenda no Tocantins
"A ruralista e senadora Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas por isso estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade", afirmou, na nota, a dirigente do MST de Tocantins, Mariana Silva.
Os manifestantes interditaram a rodovia Belém-Brasília nos dois sentidos durante aproximadamente uma hora, entre as 7h e as 8h, na altura do km 620, mas não foi registrado congestionamento, segundo a Polícia Rodoviária Federal. O fluxo de veículos já foi normalizado.
O superintendente do Ibama no Tocantins, Joaquim Henrique Montello Moura, confirmou ao Estado que a fazenda foi multada por desmatamento irregular em área de uso alternativo, mas já foi desembargada pelo órgão.
Moura minimizou a multa aplicada, de R$ 25 mil, que segundo ele seria "insignificante", e disse que Abreu recorreu contra a penalidade, sob o argumento de que o desmatamento se tratava de renovação de pastagem em área já degradada. Segundo o superintendente do órgão, a fazenda não se localiza em área de proteção permanente e o recurso está sob análise administrativa do órgão.
'Retaliação'. A senadora Kátia Abreu disse que não vai "se amedrontar", acionará a Justiça e vê o ato como “retaliação” contra sua atuação no Senado de líder do setor rural, em nota divulgada à imprensa.
No texto, Kátia disse ainda que sua propriedade é “produtiva, moderna, que emprega 48 trabalhadores, hoje violentamente transformados em reféns, enquanto o grupo de vândalos destruía viveiros de mudas”.
A senadora cumprirá agenda no Congresso Nacional e seus familiares irão à fazenda mediar a ocupação.
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