MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 2 de março de 2013

Moradores protestam contra mortes de bebês em Guarapari no ES


Nesta sexta, bebê prematuro morreu ao ser transferdio de hospital.
Hospital de Guarapari foi interditado e grávidas têm que ir a outras cidades.

Do G1 ES

Moradores de Guarapari, na região Metropolitana do Espírito Santo, protestaram neste sábado (2) contra as mortes de bebês, ocorridas no Hospital São Judas Tadeu, no bairro Muquiçaba. Depois das mortes, o hospital foi fechado e as gestantes são levadas para outros municípios. Nesta sexta-feira (1), um bebê que precisou de transferência acabou morrendo.
A unidade passou a ser investigada após a morte de nove bebês e outras irregularidades denunciadas pela população e foi interditada no dia 22 de fevereiro. A Vigilância Sanitária faz uma vistoria no local, mas não há previsão para que a análise seja concluída. A direção do hospital não foi encontrada para falar sobre o assunto.
A moradora de Guarapari, Débora Pereira, estava estava grávida de seis meses, passou mal na segunda-feira (25) e teve que ir à maternidade de Anchieta, cidade vizinha. O bebê nasceu prematuro e a maternidade não tem Unidade Terapia Intensiva infantil. Débora e o bebê foram transferidos para Cachoeiro de Itapemirim. A criança não resistiu e morreu nesta sexta-feira.
Débora acredita que se tivesse uma maternidade bem equipada em Guarapari, ela estaria agora com criança no colo. "Se tivessem colocado minha bebê na incubadora na mesma hora em que nasceu, com os medicamentos, com o oxigênio, ela teria sobrevivido", lamenta.
A assistente de cozinha Renata da Costa teve a filha no hospital há um ano e contou que não havia médico para fazer o parto. "Tive que ganhar neném sozinha. Quando as enfermeiras chegaram, meu neném já estava em cima da cama, com os pezinhos em cima de mim", relatou.
De acordo com o armador Daniel Batista, seu filho nasceu no local e foi liberado sem a avaliação de um pediatra. O bebê acabou falecendo dois dias depois. "Dizem que Guarapari é a cidade saúde, mas é a cidade vergonha. Isso tudo é o que a gente sabe, mas quantas coisas foram escondidas? Esse hospital tirou a vida de crianças inocentes", desabafou Daniel.
A Prefeitura de Guarapari informou que já desapropriou um terreno para construção de um hospital no município.
Entenda o caso
Em visita ao estado em fevereiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que uma auditoria realizada em outubro do ano passado apontou diversas irregularidades no hospital, como falsificação de prontuários, fraudes ao SUS, erros na cobrança de procedimentos e até mesmo a falta de alvará sanitário.
"Desde outubro, o Ministério da Saúde fez uma auditoria detalhada sobre as mortes e outras irregularidades. Identificamos uma série de irregularidades em relação ao preenchimento de prontuários e ao registro de procedimentos. Não vamos permitir de forma alguma esses problemas, o desperdício dos recursos da saúde. Temos o paciente como um aliado na fiscalização", disse o ministro Padilha.
Ministério Público
Também em fevereiro, o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) informou que solicitaria à polícia a abertura de um inquérito para investigar a situação do Hospital São Judas Tadeu. O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que também instauraria um inquérito administrativo para apurar as mortes.
Moradores pedem melhorias no sistema de saúde de Guarapari. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Moradores pedem melhorias no sistema de saúde de Guarapari. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

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