MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 29 de março de 2013

Governo registra déficit primário inédito em fevereiro, de R$ 3,03 bi


Em janeiro o setor público havia surpreendido ao registrar superávit de R$ 30,25 bilhões, mas reverteu a tendência de economia de juros no segundo mês, de acordo com o BC

Banco Central do Brasil, em Brasília
Segundo BC, setor público registrou déficit primário de R$ 3,03 bilhões (Rafael Neddermeyer/AE)
Depois de registrar um surpreendente superávit, economia para pagamento dos juros da dívida, de 30,251 bilhões de reais em janeiro, o setor público consolidado (governos Central e regionais e empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de 3,03 bilhões de reais em fevereiro, segundo informou nesta quinta-feira o Banco Central (BC). O déficit primário é inédito para fevereiro na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001.
O dado veio pior do que a mediana das projeções de analistas, de resultado negativo em 2,6 bilhões de reais. De acordo com o banco, a maior parte do déficit de fevereiro foi causada pelo Governo Central (Tesouro Nacional, BC e Previdência), que encerrou o período com saldo negativo de 7,144 bilhões de reais. 

Já os governos regionais contribuíram com um superávit de 4,242 bilhões de reais e as empresas estatais tiveram um déficit de 130 milhões de reais. A autoridade monetária informou também que no bimestre o superávit primário do setor público é de 27,220 bilhões de reais, o equivalente a 3,67% do Produto Interno Bruto (PIB), queda em relação a igual período de 2012, quando essa fatia estava em 5,25% do PIB. Em 2013, o compromisso da administração federal é de economizar 155,9 bilhões de reais para pagar os juros da dívida.


Para o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, o déficit fiscal de fevereiro mostra um descompasso entre os gastos do governo (que estão subindo na faixa de 13%) e a arrecadação (que sobe em torno de 1,9% ). “O resultado bem negativo de fevereiro é um sinal claro pro governo de que há excessos de políticas expansionistas, com desonerações, especialmente, e que ele precisa reverter isso antes que a confiabilidade fiscal e a solvência do Brasil sejam colocadas em xeque”, afirmou Salto. Ele acredita que a aposta do governo em que desonerações para aumentar a atividade econômica só dá certo a curto prazo, com aumento do consumo e do crédito, mas cria distorções a médio e longo prazo, piorando o quadro de equilíbrio fiscal e de preços e o próprio potencial de crescimento. Para ele, o instrumento mais adequado hoje de controle da inflação é a política monetária, com aumento da taxa básica de juros (Selic).
André Perfeito, economista-chefe da Gradual Corretora, também comenta que um superávit primário maior (que é a economia feita para pagar os juros da dívida do governo) ajuda a evitar a alta dos juros, e com juros menores o consumo pode acelerar.
Endividamento - A dívida líquida do setor público subiu de 35,2% do PIB em janeiro para 35,7% em fevereiro, atingindo a marca de 1,593 trilhão de reais. A desvalorização cambial contribuiu para esse crescimento, de acordo com o BC. Em dezembro, a dívida líquida do setor público estava em 35,2% da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil. Os dados do BC mostram que a dívida bruta do governo fechou fevereiro em 59,1% do PIB (ou 2,513 trilhões de reais), ante 59,2% de janeiro.

O setor público consolidado (governo federal, Estados, municípios e empresas estatais) gastou 20,251 bilhões de reais com pagamento de juros da dívida em fevereiro. Houve uma baixa em relação ao dispêndio de 22,649 bilhões de reais registrado em janeiro e também em referência aos 20,574 bilhões de reais consumidos em fevereiro de 2012. A despesa do Governo Central com juros foi de  5,804 bilhões de reais no mês passado.
No primeiro bimestre de 2013, o desembolso com juros do setor público foi de 42,9 bilhões de reais (5,79% do PIB). Já nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, a despesa com esse pagamento foi de 218,833 bilhões de reais, ou o equivalente a 4,90% do PIB.
FONTE: VEJA.COM

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