MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 18 de abril de 2023

O declínio do patriotismo

 

BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

Uma pesquisa mostrou que 30% dos norte-americanos não consideram o patriotismo importante. O que é crível, uma vez que os EUA deixaram de tratar a liberdade como princípio fundamental. Jeffrey A. Tucker para a Oeste:


O Wall Street Journal fez uma pesquisa que obteve resultados muito interessantes. De 1998 até o presente, a porcentagem de norte-americanos que dizem que o patriotismo é um valor importante caiu de 70% para 38%. A maior parte do declínio ocorreu a partir de 2019. Mais resultados serão discutidos a seguir, mas primeiro vamos tratar dessa questão.

A pesquisa não define o que patriotismo significa para os participantes, mas reflete sobre a palavra. Ela pode significar amor pelo país e pela pátria. Talvez seja verdade que isso tenha diminuído. O que é crível, uma vez que, em três anos, os Estados Unidos deixaram de tratar a liberdade como princípio fundamental.

Aliás, há um movimento cultural cada vez maior, que vai da academia ao mainstream, que encoraja o ódio pela história norte-americana e por suas conquistas. Nenhum “pai fundador” está a salvo de ser chamado dos piores nomes possíveis. O ódio pelo país aumentou e se tornou a norma esperada. Mas o problema é ainda mais profundo.

Quando você está trancado em casa, suas atividades estão paralisadas, sua igreja está fechada, seus vizinhos estão gritando para você colocar uma máscara, seus médicos abordam você com uma vacina indesejada, você não pode sair do país para ir a lugar nenhum além do México, e o presidente chama as pessoas que não se vacinaram de inimigas do povo, claro, é possível imaginar que os afetos pela sua terra natal não estejam em alta.

Mas existe outro pilar importante do patriotismo. Ele tem a ver com as instituições cívicas do país. Elas incluem escolas, Tribunais de Justiça, política e todas as instituições governamentais, em todos os níveis. A confiança cívica nelas sem dúvida está no fundo do poço. Os Tribunais de Justiça não nos protegeram. As escolas foram fechadas, especialmente as públicas, que deveriam ser a principal conquista da ideologia progressista. Nossos médicos se voltaram contra nós.

E vamos dizer que a mídia seja considerada parte da cultura cívica. É assim pelo menos desde os pronunciamentos do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, conhecidos como “Fireside Chats”. A imprensa sempre foi a porta-voz daquilo que devemos pensar coletivamente. A mídia também se voltou contra as pessoas comuns nos últimos três anos, chamando nossas festas e nossos eventos de superdisseminação, zombando de pastores que mantiveram seus cultos, demonizando shows e gritando para todo mundo ficar em casa grudado nas telas.

Franklin D. Roosevelt 

Sim, esses movimentos maldosos tendem a diminuir o respeito público por todas as instituições envolvidas, especialmente quando as objeções a essas políticas foram censuradas por todas as instituições a quem deveríamos confiar nossos dados e nossas redes de relações. Elas também foram totalmente cooptadas.

Durante todo esse tempo, houve um abuso ao apoio público ao patriotismo, para negar liberdades e direitos fundamentais. O patriotismo passou a significar ficar em casa, em segurança, usar máscaras, praticar distanciamento social, obedecer a qualquer ditame aleatório, não importando quão ridículo, e, finalmente, tomar vacina uma, duas, três e infinitas vezes, apesar de ausência de comorbidade da vasta maioria da população.

A Constituição dos Estados Unidos se tornou uma letra morta por um tempo. Continua sendo, uma vez que visitantes de outros países não podem nem atravessar nossas fronteiras, a menos que se submetam às doses de vacina fabricadas e distribuídas por empresas que somam metade do orçamento das agências que exigem a obediência de todos.

E tudo isso, em tese, foi necessário por causa do que obviamente era uma infecção respiratória sazonal, um fato de que tínhamos conhecimento desde pelo menos um mês antes de os lockdowns começarem. Podíamos ler sobre o assunto em todos os veículos de mídia. Não entrem em pânico, eles diziam, só confiem no seu médico. Mas, com os lockdowns, eles também tiraram dos médicos a liberdade de tratar seus pacientes com terapias sabidamente eficazes contra esse tipo de vírus.

Constituição dos Estados Unidos, adotada em 1787 (Bill of Rights) 

Em vez disso, a expectativa era paralisarmos toda a nossa vida normal e esperar o antídoto mágico que supostamente estava a caminho. Quando ele não chegou, até depois de o presidente odiado ser derrotado, descobriu-se que não havia antídoto nenhum. Na melhor das hipóteses, tratava-se de um paliativo temporário contra resultados severos. E com certeza ele não conteve a infecção nem a disseminação. Tudo aconteceu mesmo assim, o que prova que os enormes sacrifícios feitos em nome do patriotismo foram em vão.

De maneira nenhuma deveríamos ficar surpresos que, no momento, a população não esteja se sentindo muito patriota. E, sim, isso é muito triste de muitas maneiras. Mas também é o que acontece quando o patriotismo é sequestrado pelo Estado e pela indústria para destruir nossas esperanças e nossos sonhos. Nossa tendência é aprender com nossos erros. Então quando as pesquisas perguntam se estamos sentindo algum patriotismo, não chega a ser estranho que as pessoas respondam: não exatamente.

E pode-se dizer o mesmo sobre outro resultado de pesquisa: a importância da religião diminuiu de 62%, em 1998, para 39%, em 2022. Mais uma vez, a maior parte da derrocada ocorreu depois de 2019. Sem dúvida o país já estava tendendo ao secularismo. Mas o que devemos pensar quando duas temporadas sucessivas de Páscoa e Natal (ou qualquer que seja o dia santo que você comemore) foram canceladas pelas elites cívicas com a total cooperação dos líderes religiosos e do mainstream?

Toda a função da religião é ir além do terreno mundano da cultura cívica e alcançar o universo da transcendência, para ver e viver a verdade. Mas quando questões transcendentais são substituídas pelo medo e pela obediência secular, a religião perde a credibilidade. Se você quiser encontrar pessoas que ainda acreditam, isso é possível em grupos que de fato são sérios sobre a fé: os hassídicos, os amish, os católicos tradicionalistas e os mórmons. Mas, nas denominações mais populares, nem tanto. Assim como a mídia, a tecnologia e o governo, elas também foram cooptadas.

Nos resultados finais da pesquisas, a importância de ter filhos foi de 59% para 39%, e a importância do envolvimento na comunidade atingiu um pico de 62% no auge dos lockdowns até cair para impressionantes 27%.

De novo, o culpado aqui parece bastante óbvio: foi a reação à pandemia. Todas as políticas foram estruturadas para acabar com as relações humanas. As pessoas não passam de vetores de doença. Fique longe de todo mundo. Não ouse conviver com os demais e se tornar um grande disseminador. Fique sozinho. Seja solitário. Esse é o único jeito certo.

Finalmente, entre outras questões que estão despertando preocupações, está a importância do dinheiro. É provável que isso se deva à queda na renda real durante quase dois anos e à inflação, que está eviscerando os padrões de vida. Mais uma vez, as políticas da pandemia são as culpadas. Foram gastos trilhões, e as impressoras de nota compensaram quase dólar por dólar, acabando com o valor de uma moeda que costumava ser confiável.


O problema da pesquisa não são os números, mas a interpretação. Ela tem sido vista como uma estranha bruma de niilismo e cobiça que misteriosamente tomou conta da população, como se fosse uma tendência totalmente orgânica sobre a qual ninguém tem controle. Isso está errado. Existe uma causa evidente, e tudo aponta para as mesmas políticas flagrantes e sem precedentes. Ainda não vimos honestidade em relação ao que aconteceu. E, até que isso aconteça, não podemos consertar o grave dano causado à cultura e à alma da nação.

Estamos vivendo tempos de crise, mas essa crise tem uma causa identificável e, por consequência, uma solução. Até que falemos com franqueza sobre isso, a situação só tende a piorar.

Jeffrey A. Tucker é presidente e fundador do Instituto Brownstone. Ele também é o colunista sênior de economia do Epoch Times, além de autor de dez livros, incluindo Libertyor Lockdown (2020), e milhares de artigos em publicações acadêmicas e populares. Tucker trata de temas como economia, tecnologia, filosofia social e cultura
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