BLOG ORLANDO TAMBOSI
Uma pesquisa mostrou que 30% dos norte-americanos não consideram o patriotismo importante. O que é crível, uma vez que os EUA deixaram de tratar a liberdade como princípio fundamental. Jeffrey A. Tucker para a Oeste:
O
Wall Street Journal fez uma pesquisa que obteve resultados muito
interessantes. De 1998 até o presente, a porcentagem de norte-americanos
que dizem que o patriotismo é um valor importante caiu de 70% para 38%.
A maior parte do declínio ocorreu a partir de 2019. Mais resultados
serão discutidos a seguir, mas primeiro vamos tratar dessa questão.
A
pesquisa não define o que patriotismo significa para os participantes,
mas reflete sobre a palavra. Ela pode significar amor pelo país e pela
pátria. Talvez seja verdade que isso tenha diminuído. O que é crível,
uma vez que, em três anos, os Estados Unidos deixaram de tratar a
liberdade como princípio fundamental.
Aliás,
há um movimento cultural cada vez maior, que vai da academia ao
mainstream, que encoraja o ódio pela história norte-americana e por suas
conquistas. Nenhum “pai fundador” está a salvo de ser chamado dos
piores nomes possíveis. O ódio pelo país aumentou e se tornou a norma
esperada. Mas o problema é ainda mais profundo.
Quando
você está trancado em casa, suas atividades estão paralisadas, sua
igreja está fechada, seus vizinhos estão gritando para você colocar uma
máscara, seus médicos abordam você com uma vacina indesejada, você não
pode sair do país para ir a lugar nenhum além do México, e o presidente
chama as pessoas que não se vacinaram de inimigas do povo, claro, é
possível imaginar que os afetos pela sua terra natal não estejam em
alta.
Mas
existe outro pilar importante do patriotismo. Ele tem a ver com as
instituições cívicas do país. Elas incluem escolas, Tribunais de
Justiça, política e todas as instituições governamentais, em todos os
níveis. A confiança cívica nelas sem dúvida está no fundo do poço. Os
Tribunais de Justiça não nos protegeram. As escolas foram fechadas,
especialmente as públicas, que deveriam ser a principal conquista da
ideologia progressista. Nossos médicos se voltaram contra nós.
E
vamos dizer que a mídia seja considerada parte da cultura cívica. É
assim pelo menos desde os pronunciamentos do presidente norte-americano
Franklin Delano Roosevelt, conhecidos como “Fireside Chats”. A imprensa
sempre foi a porta-voz daquilo que devemos pensar coletivamente. A mídia
também se voltou contra as pessoas comuns nos últimos três anos,
chamando nossas festas e nossos eventos de superdisseminação, zombando
de pastores que mantiveram seus cultos, demonizando shows e gritando
para todo mundo ficar em casa grudado nas telas.
Franklin D. Roosevelt
Sim,
esses movimentos maldosos tendem a diminuir o respeito público por
todas as instituições envolvidas, especialmente quando as objeções a
essas políticas foram censuradas por todas as instituições a quem
deveríamos confiar nossos dados e nossas redes de relações. Elas também
foram totalmente cooptadas.
Durante
todo esse tempo, houve um abuso ao apoio público ao patriotismo, para
negar liberdades e direitos fundamentais. O patriotismo passou a
significar ficar em casa, em segurança, usar máscaras, praticar
distanciamento social, obedecer a qualquer ditame aleatório, não
importando quão ridículo, e, finalmente, tomar vacina uma, duas, três e
infinitas vezes, apesar de ausência de comorbidade da vasta maioria da
população.
A
Constituição dos Estados Unidos se tornou uma letra morta por um tempo.
Continua sendo, uma vez que visitantes de outros países não podem nem
atravessar nossas fronteiras, a menos que se submetam às doses de vacina
fabricadas e distribuídas por empresas que somam metade do orçamento
das agências que exigem a obediência de todos.
E
tudo isso, em tese, foi necessário por causa do que obviamente era uma
infecção respiratória sazonal, um fato de que tínhamos conhecimento
desde pelo menos um mês antes de os lockdowns começarem. Podíamos ler
sobre o assunto em todos os veículos de mídia. Não entrem em pânico,
eles diziam, só confiem no seu médico. Mas, com os lockdowns, eles
também tiraram dos médicos a liberdade de tratar seus pacientes com
terapias sabidamente eficazes contra esse tipo de vírus.
Constituição dos Estados Unidos, adotada em 1787 (Bill of Rights)
Em
vez disso, a expectativa era paralisarmos toda a nossa vida normal e
esperar o antídoto mágico que supostamente estava a caminho. Quando ele
não chegou, até depois de o presidente odiado ser derrotado,
descobriu-se que não havia antídoto nenhum. Na melhor das hipóteses,
tratava-se de um paliativo temporário contra resultados severos. E com
certeza ele não conteve a infecção nem a disseminação. Tudo aconteceu
mesmo assim, o que prova que os enormes sacrifícios feitos em nome do
patriotismo foram em vão.
De
maneira nenhuma deveríamos ficar surpresos que, no momento, a população
não esteja se sentindo muito patriota. E, sim, isso é muito triste de
muitas maneiras. Mas também é o que acontece quando o patriotismo é
sequestrado pelo Estado e pela indústria para destruir nossas esperanças
e nossos sonhos. Nossa tendência é aprender com nossos erros. Então
quando as pesquisas perguntam se estamos sentindo algum patriotismo, não
chega a ser estranho que as pessoas respondam: não exatamente.
E
pode-se dizer o mesmo sobre outro resultado de pesquisa: a importância
da religião diminuiu de 62%, em 1998, para 39%, em 2022. Mais uma vez, a
maior parte da derrocada ocorreu depois de 2019. Sem dúvida o país já
estava tendendo ao secularismo. Mas o que devemos pensar quando duas
temporadas sucessivas de Páscoa e Natal (ou qualquer que seja o dia
santo que você comemore) foram canceladas pelas elites cívicas com a
total cooperação dos líderes religiosos e do mainstream?
Toda
a função da religião é ir além do terreno mundano da cultura cívica e
alcançar o universo da transcendência, para ver e viver a verdade. Mas
quando questões transcendentais são substituídas pelo medo e pela
obediência secular, a religião perde a credibilidade. Se você quiser
encontrar pessoas que ainda acreditam, isso é possível em grupos que de
fato são sérios sobre a fé: os hassídicos, os amish, os católicos
tradicionalistas e os mórmons. Mas, nas denominações mais populares, nem
tanto. Assim como a mídia, a tecnologia e o governo, elas também foram
cooptadas.
Nos
resultados finais da pesquisas, a importância de ter filhos foi de 59%
para 39%, e a importância do envolvimento na comunidade atingiu um pico
de 62% no auge dos lockdowns até cair para impressionantes 27%.
De
novo, o culpado aqui parece bastante óbvio: foi a reação à pandemia.
Todas as políticas foram estruturadas para acabar com as relações
humanas. As pessoas não passam de vetores de doença. Fique longe de todo
mundo. Não ouse conviver com os demais e se tornar um grande
disseminador. Fique sozinho. Seja solitário. Esse é o único jeito certo.
Finalmente,
entre outras questões que estão despertando preocupações, está a
importância do dinheiro. É provável que isso se deva à queda na renda
real durante quase dois anos e à inflação, que está eviscerando os
padrões de vida. Mais uma vez, as políticas da pandemia são as culpadas.
Foram gastos trilhões, e as impressoras de nota compensaram quase dólar
por dólar, acabando com o valor de uma moeda que costumava ser
confiável.
O
problema da pesquisa não são os números, mas a interpretação. Ela tem
sido vista como uma estranha bruma de niilismo e cobiça que
misteriosamente tomou conta da população, como se fosse uma tendência
totalmente orgânica sobre a qual ninguém tem controle. Isso está errado.
Existe uma causa evidente, e tudo aponta para as mesmas políticas
flagrantes e sem precedentes. Ainda não vimos honestidade em relação ao
que aconteceu. E, até que isso aconteça, não podemos consertar o grave
dano causado à cultura e à alma da nação.
Estamos
vivendo tempos de crise, mas essa crise tem uma causa identificável e,
por consequência, uma solução. Até que falemos com franqueza sobre isso,
a situação só tende a piorar.
Jeffrey
A. Tucker é presidente e fundador do Instituto Brownstone. Ele também é
o colunista sênior de economia do Epoch Times, além de autor de dez
livros, incluindo Libertyor Lockdown (2020), e milhares de artigos em
publicações acadêmicas e populares. Tucker trata de temas como economia,
tecnologia, filosofia social e cultura
Postado há 1 week ago por Orlando Tambosi
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