Percival Puggina
Uma seguidora de meu canal no YouTube, comentando o vídeo que publiquei hoje (05/09), escreveu haver lido em algum lugar esta terrível pergunta: “Que país é este que traz o coração do colonizador para celebrar a Independência?”.
A frase é uma eloquente expressão do que acontece no aparelho educacional brasileiro. Aparelho, sim, e não me digam que não. Infiltrado, tomado, lacrador, manipulador. As esplêndidas exceções salvam-se, claro, mas não salvam o conjunto deteriorado. Coleciono cotidianas evidências de seu quase total aparelhamento!
O sujeito que escreveu isso, aprendeu assim. Reproduz a “narrativa” como ela lhe chegou e que incita a repulsa pela brasilidade, pelo 7 de setembro! Pelos símbolos da Pátria! É a narrativa premiada; entrega o que promete: substitui o amor ao Brasil por um punhado de maus sentimentos.
Não preciso lhes dizer em quem votam pessoas assim. Seu sonho de vida é a preservação do autoritarismo e o voluntarismo sem fronteiras que marca a atuação de alguns e conta com a omissão dos demais ministros do STF. Ignorantes por iniciativa própria ou por responsabilidade alheia têm seu totalitarismo de fetiche. “Todo poder aos sovietes!”, gritava Lênin dias antes de ferir gravemente a humanidade inteira. Outros, dizendo agir “pela Democracia e pelo Estado de Direito” ferem gravemente os dois. E a você. E à nação.
À pessoa que escreveu aquela frase não foi dado conhecer que a Independência aconteceu no momento de ruptura do projeto de estabelecer no Brasil a sede da Coroa Luso Brasileira. Nunca ouviu falar na Revolução do Porto. Nunca lhe mencionaram as deliberações das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, estas sim, ávidas por colonizar o Brasil.
Nunca lhe disseram que foi por se opor àquela decisão das Cortes Gerais e Extraordinárias (onde o Brasil tinha representantes) que D João VI voltou a Portugal e na saída aconselhou o filho a pôr a coroa na cabeça se isso se fizesse necessário.
Este 7 de setembro será de louvores e juras. Louvores ao Brasil, à Independência, aos grandes vultos da Pátria comum; e juras (parafraseando Rui Barbosa) de defender a comunhão da lei, da língua e da liberdade.
Como sempre, ao longo dos últimos nove anos, estarei no Parcão.
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