Carlos Newton
Em documento assinado pelos presidentes dos clubes Militar, Naval e da Aeronáutica, general Eduardo José Barbosa, almirante Luiz Fernando Palmer Fonseca e major-brigadeiro Marco Antonio Carbalo Perez, a Comissão Interclubes Militares divulgou nota conjunta com ataques à esquerda e apelo aos ‘cidadãos de bem’, como se pedisse votos a favor de Jair Bolsonaro e contra Lula da Silva, sem citar a candidatura de nenhum deles.
O documento foi distribuído aos militares de todo o país sob o título “O resgate Verde e Amarelo”, com ataques aos movimentos de esquerda e progressistas, que atentam contra “valores tradicionais que cultuam a Religião, a Família e a Pátria”, citando o slogan da campanha de Bolsonaro.
SETE DE SETEMBRO – A mensagem elogia a celebração do Sete de Setembro, “comemorada efusivamente país afora”, que “mostrou o quanto o povo ordeiro preza valores tradicionais tão esmaecidos pela nociva pregação”.
Em seguida, denuncia que “há uma tentativa explícita de destruir os conceitos de cidadania e patriotismo”, apontando a existência de um movimento que destila “ódio e estimula o menosprezo aos símbolos nacionais”.
A mensagem termina citando o poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, em que um dos trechos cita: “É luta renhida/ Viver é lutar./ A vida é combate,/ Que os fracos abate”. E os militares encerram o texto definindo a eles mesmos como “cidadãos de bem”.
CONTRA O SUPREMO – Não é nenhuma novidade o posicionamento dos Clubes Militares, que desta vez tentam distorcer a realidade, pois os candidatos de esquerda e os progressistas não trazem qualquer ameaça à democracia, enquanto o conservador Bolsonaro outra coisa não faz.
Os militares da reserva estão sempre se manifestando e já divulgaram mensagem duríssima contra o Supremo, que estaria “arrogando-se o direito de, sem cerimônias, interferir nas atribuições dos demais Poderes que constituem o Estado Brasileiro”.
E completaram, citando o perdão presidencial ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que ainda não foi cumprido pelo STF: “Estabelecido o impasse institucional, pergunta-se: Aonde querem chegar alguns Ministros do Supremo? Pretendem enfraquecer nossa democracia? Com que finalidade? Premeditaram essa crise para fazer valer suas indisfarçáveis tendências políticas? É esta a postura que os cidadãos brasileiros devem esperar de uma corte que se pressupõe isenta e tida como suprema?”.
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