MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 17 de setembro de 2022

Donos da mídia enfrentam cada vez mais dificuldades para “controlar” as redações

 



Charges: Os jornais nunca dizem a absoluta verdade!

Charge do Genildo (Arquivo Google)

Carlos Newton

Não há dúvida de que a grande mídia continua merecedora da classificação “Quarto Poder”, título de uma série de programas de televisão que realizei com o renomado jornalista e escritor mineiro Fernando Morais. Mas é fato concreto que a era da informática mudou muita coisa, porque a cobertura dos fatos passou a ser em tempo real.

Antigamente, os jornais e outros meios de comunicação – inclusive rádio e televisão, que foram pioneiros na apresentação em tempo real –, eram controlados pessoalmente pelos donos. Assim, praticamente só havia divulgação de notícias do interesse de Assis Chateaubriand, Samuel Wagner, Júlio Mesquita, Roberto Marinho, Octavio Frias, Roberto Civita, Adolfo Bloch etc.

DEMISSÃO SUMÁRIA – O jornalista que tivesse a insensatez de divulgar notícia contra o interesse do proprietário do veículo de comunicação, se agisse propositadamente, sofria demissão sumária. Esta era a regra do jogo.

Aqui na mídia brasileira, o único exemplo de dono de órgão da imprensa que dava total liberdade de expressão aos jornalistas foi Helio Fernandes, na Tribuna da Imprensa, e o resto é folclore, como diz nosso amigo Sebastião Nery.

A chegada da internet demoliu essas ditaduras midiáticas, hoje em dia é absolutamente impossível controlar as redações. Os donos da mídia podem continuar dando ordens expressas a seus prepostos, porém não mais detêm o controle absoluto das notícias que são divulgadas, como acontecia até recentemente.

NOVA REALIDADE – Para os profissionais da imprensa, essa mudança deve ser encarada como uma democratização da mídia, mas às vezes funciona ao contrário, com aconteceu nesta terça-feira com a matéria da Folha que denunciou um “acordo” do Tribunal Superior Eleitoral para as Forças Armadas fazerem uma “apuração paralela” das eleições.

O repórter se equivocou, o que é normal, falhas ocorrem em qualquer profissão. Na verdade, não havia um “acordo”, porque nem era necessário. Os militares simplesmente resolveram fazer uma auditoria dos votos, mediante um sistema de checagem que está à disposição de qualquer pessoa e vem sendo utilizado em cidades pequenas, onde é possível saber quem é o novo prefeito antes mesmo do anúncio da apuração pelo TRE local.

Essa pequenina falha do repórter virou uma denúncia aparentemente gravíssima, de que haveria um conluio entre o presidente do TSE, Alexandre de Moraes (ele, logo ele…) e o Ministério da Defesa. Como essa notícia era aparentemente do interesse da Folha, que fez opção preferencial pelo petismo, a denúncia não foi desmentida. Muito pelo contrário,

A VOZ DO DONO – Na tentativa de agradar aos donos do jornal, os jornalistas da Folha mantiveram a informação errada e foram adiante. Tiraram de cena o repórter e seguiram com a matéria, em tom de escândalo, anunciando que “Moraes escanteia fiscais das eleições e negocia com militares a portas fechadas no TSE”.

Nada disso tem cabimento, a informação era absolutamente falsa, mas interessava aos apoiadores de Lula. Diante disso, será que a família Frias, controladora da Folha, deu autorização a que se manipulasse a verdade, ou essa deturpação foi feita à revelia dela? Oh, dúvida cruel!

Mas só podemos avançar até aqui, dentro dos limites da ética profissional, cuidadosamente fixados na Universidade de Brasília pelo professor, advogado, jornalista e historiador Carlos Chagas, nosso colega aqui na Tribuna da Internet.

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