Larissa Haddock Lobo
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Brasil pode se consolidar como grande player mundial da tecnologia nuclear |
Atualmente, a energia nuclear é responsável por 3% da matriz energética no Brasil. A emissão de gás efeito estufa é praticamente zero, ela não libera nem dióxido de carbono (CO2), nem enxofre, nem mercúrio no meio ambiente. Nesse contexto, a ABDAN (Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares) consolidou um estudo para mostrar aos candidatos a presidente do país o potencial que a tecnologia possui, não apenas para a geração de energia, mas também para segurança alimentar e medicina. Com a sétima maior reserva de urânio do mundo, e com potencial de subir nesse ranking com mais exploração do mineral, Celso Cunha, presidente da ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares), destaca que o avanço depende de investimentos, em grande parte do governo, flexibilização regulatória e melhor arranjo dos processos produtivos. No documento, Cunha reforça ainda que o Brasil tem uma história (nuclear) e uma base produtiva que permite o avanço e a consolidação do país como "grande player no cenário mundial da tecnologia nuclear”, ressaltando que este avanço depende da execução de planos de investimentos onde o Estado brasileiro tem um papel primordial. O Engenheiro Celso Cunha está no comando da ABDAN desde 2017 e foi eleito novamente para o período entre 2022 e 2024. Nesse período à frente da ABDAN, Cunha conseguiu, juntamente com a diretoria, avanços significativos para o setor. O executivo é vice-presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico; dos Conselhos de Energia e Desenvolvimento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Rio, membro do Fórum de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados do Estado do Rio e também Conselheiro da Latina American Section /ANS. Foi Secretário Municipal de Economia, Desenvolvimento Energético e Tecnologia de diversas cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Paracambi, Nova Iguaçu e Niterói. Confira algumas das principais propostas apresentadas pela ABDAN aos candidatos: Potencial de investimento de até US$ 70 bilhões Somente na construção de novas usinas já previstas no Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) - que estima a adição entre 8 e 10 gigawatts (GW) de energia nuclear no país -, os investimentos, se houver flexibilização das regras, podem atingir entre US$ 56 bilhões e US$ 70 bilhões. Com setor privado, geração de divisas de US$ 20 milhões/ ano O estudo destaca que a tecnologia nuclear está crescendo globalmente em aplicações para a energia elétrica - 55 reatores estão sendo construídos no mundo -, medicina nuclear, irradiação de alimentos, propulsão (submarinos), entre outras. Para aumentar a mineração e beneficiamento do urânio, por exemplo, a proposta é de permitir a atuação do setor privado, o que poderia gerar divisas de US$ 20 milhões por ano. O custo da energia nuclear pode ser 5 vezes menor que o custo de usinas a gás A participação da iniciativa privada na construção de Angra 3 e na extensão da vida útil de Angra 1 e 2, na cidade fluminense, e a edificação de novas usinas, seria beneficiada pela flexibilização do marco regulatório. Para justificar a expansão, o estudo destaca que o custo da energia nuclear pode ser cinco vezes menor do que o gerado pelas usinas a gás. E mais: além de ser uma energia não poluente, aumenta a segurança do sistema energético brasileiro. Geração de 9 mil empregos com Angra 1, 2 e 3 O documento prevê que entre 2023 e 2026 serão feitos investimentos de R$ 20 bilhões na usina Angra 3 - cujas obras estão para serem retomadas ainda em 2022; R$ 3,3 bilhões para a extensão da vida útil de Angra 1; e mais R$ 2 bilhões para a modernização de Angra 2, gerando 9 mil empregos. Com equipamentos de radiação poderia se obter redução de 30% na perda de alimentos Já na alimentação, o estudo aponta que, com o aumento de investimentos para aquisição de equipamentos de radiação por parte de empresas e cooperativas setoriais, seria possível obter redução de perdas da ordem de 30% dos alimentos, representando abertura de novos mercados para o agronegócio brasileiro e maior segurança na conservação dos alimentos. Flexibilização governamental e facilidade de aquisição de radiofármacos pelo SUS Na área médica, o documento aponta a necessidade de regulamentação e implementação da flexibilização do monopólio governamental na produção de radiofármacos, o que poderia ampliar o acesso a serviços médicos com custo menor de aquisição pelo SUS. A proposta é que a partir de 2030, o Brasil substitua as importações de radioisótopos primários, com produção interna a custo menor, além de maior capacidade de autossuficiência destes insumos. Sobre a ABDAN: A ABDAN atua há 35 anos no mercado brasileiro de atividades voltadas para o apoio ao segmento nuclear. Possui como objetivo principal fomentar um ambiente de negócios e promover o desenvolvimento e a aplicação da tecnologia nuclear no Brasil. A associação conta com 30 empresas associadas – que fazem parte das mais importantes dos segmentos de bens de capital, construção e montagem, consultoria e engenharia, operação de usinas e de unidades fabris de sistemas e equipamentos. É a única associação do mundo que tem acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica e Associação Nuclear Mundial. https://abdan.org.br/ |
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