MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Entre o íntimo e o social, romance de Michael Maia explora as complexas relações humanas e os dilemas éticos em torno da morte

 

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Entre o íntimo e o social, romance de Michael Maia explora as complexas relações humanas e os dilemas éticos em torno da morte

Estreia do escritor mineiro explora dúvidas e escolhas sobre a morte em um cenário alternativo distópico; história acompanha casal LGBT que se candidata ao uso de uma “droga da morte”


A morte é, sem dúvida, um dos principais tabus sociais. Religião, propriedade, escolhas individuais e até o mercado funerário atravessam o assunto que passa pelo universo particular de cada pessoa e afeta a sociedade como um todo. Esse é o ponto de partida de “Entre a vida e a morte, há vários documentos(192 pág.), primeiro romance do mineiro Michael Maia (@maicud), lançado pelo selo de publicação Paraquedas.


O romance retrata a história de um país que legaliza e controla uma nova descoberta: “a droga da morte”. O seu problema ou encanto  é que ela permite que todos tenham uma experiência fascinante instantes antes de morrer: rever amigos e parentes falecidos e, até, quem sabe, Deus. Depois dessa descoberta e de um “Grande Surto” em que uma horda de pessoas decide tirar a própria vida através do uso da droga, o governo regulamenta o uso do narcótico (ou da ciência, dependendo do ponto de vista). Diante dos impactos disso na sociedade, o livro aborda como essa nova realidade afeta as relações humanas e reflete as desigualdades sociais. Como o governo escolhia quem tinha acesso à droga? Quem eles estavam tentando matar mais rápido? Por que um prédio de atendimento nunca era visto em bairros mais nobres?


“Entre a vida e a morte, há vários documentos” acompanha a vida do casal Luzia e Tânia que, após serem diagnosticadas com um câncer terminal, decidem interromper o tratamento e se candidatarem ao uso da droga. Observamos então o impacto dessa decisão em seus pais e, principalmente, em Antônio, o irmão mais velho de Luzia que trabalha justamente na empresa estatal que recebe e regula as aplicações de quem opta por morrer com o narcótico. A partir desse núcleo, o leitor é levado a questionar como as relações familiares e sociais são moldadas pela iminência da morte e pelas decisões individuais.


Uma história que nasceu do luto e da reflexão


Michael Maia revela que a ideia do livro surgiu em uma viagem, quando imaginou a história de duas pessoas tendo experiências individuais antes de morrer. “Eu sempre tive medo de morrer e confesso que isso até me deu mais curiosidade em criar esta história”, reflete o autor. Ele também explica que o processo de escrita foi intensificado pelo luto pessoal que vivenciou com a perda de uma grande amiga em um acidente de carro. “Durante o processo de luto pela minha amiga eu fiquei um pouco perdido, abandonei a escrita e fui vivendo a vida no automático. Acho que é um sentimento mútuo entre várias pessoas que passam pelo luto”, conta. Essa experiência pessoal foi essencial para a profundidade emocional do livro, que não apenas explora as escolhas diante da morte, mas também o impacto do luto nas pessoas que ficam.


Processo criativo e influências literárias


Para criar o romance, o autor elaborou fichas detalhadas dos personagens principais e desenvolveu um roteiro para estruturar a narrativa. Ele se aprofundou em temas como sociologia e morte, buscando construir uma narrativa verossímil. O processo de escrita foi realizado entre janeiro e maio de 2023, após um período de intensa pesquisa. Michael menciona que “O suicídio” de Émile Durkheim , e “As Intermitências da Morte”, de José Saramago, foram influências marcantes. “O Saramago desenvolvia uma escrita incrível com apenas um ‘e se?’, e isso me inspirou muito”, explica Michael. O livro também reflete as inquietações do autor sobre a fragilidade da vida e o impacto das escolhas individuais em uma sociedade maior.


Mais que uma distopia: uma obra sobre vida, morte e humanidade “Entre a vida e a morte, há vários documentos” é mais do que um livro sobre distopia ou um cenário alternativo. É uma obra que questiona as escolhas que fazemos sobre a vida e como lidamos com o fim dela. Para Michael Maia, a escrita do livro foi também um processo de cura pessoal. “Durante o processo de escrita, passando pelo processo de luto, percebi que certos momentos eu virava o Antônio, personagem do livro. Terminei fazendo do projeto  como um processo de cura”, conclui o autor.


Os próximos passos de Michael na literatura indicam um caminho de exploração criativa. O autor planeja trabalhar em um livro de terror-comédia com personagens LGBTs, buscando brincar com temas da comunidade e trazer um toque nostálgico ao relembrar vivências e músicas dos anos 2010-2015. Por enquanto, a ideia está em fase inicial, com pesquisas e experimentações.


IMAGENS PARA A IMPRENSA:

Foto Michael com livro - Créditos: Divulgação
Foto Michael vertical - Créditos: Divulgação
Foto do livro - Créditos: Divulgação


TEXTO EM WORD PARA A IMPRENSA:

Release do livro


com.tato - curadoria de comunicação

Jornalistas responsáveis: Karoline Lopes e Marcela Güther

Contato para atendimento: ana@comtato.co ou (11) 9.4024-07066 (Whatsapp)


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