Dados divulgados na edição 2024 do Anuário da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional,
apontam que o setor de produtos de limpeza é composto por 2,7 mil
pessoas jurídicas. Desse total, mais de 2,6 mil são micro (2,3 mil) e
pequenas empresas (cerca de 300), o que equivale a 96,4% do total do
número de fabricantes.
“Essas
companhias atuam em diversos segmentos e se integram perfeitamente à
cadeia produtiva, podendo fabricar desde insumos que serão usados na
produção de outro saneante até produzir e distribuir para o mercado
consumidor”, explica Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, ressaltando as oportunidades para empreendedores no setor. “O nosso setor vive um momento de crescimento e ainda há muito espaço para empreender com produtos de limpeza”, completa.
Segundo
dados divulgados pelo IBGE, a produção física de saneantes cresceu
12,3% no acumulado de janeiro a agosto de 2024, na comparação com o
mesmo período de 2023 e este ano deve registrar o pico histórico de
produção. “Após um período desafiador na pandemia, com
dificuldades de abastecimento nas cadeias produtivas e alta nos custos
de fabricação de produtos de higiene, limpeza e saneantes, o setor
encontrou formas de estabilizar a produção, tem apresentado reajuste
menor do que a inflação, além de ter mantido o fluxo de lançamentos, com
a constante renovação de linhas baseadas nos mais modernos conceitos de
ESG”, diz.
Segmentos em alta – Crescem mercados de bairro, vendas on-line e marcas white label
De
acordo com dados do Anuário da ABIPLA, boa parte das principais
categorias de saneantes registraram alta de produção no fechamento de
2023, em relação ao ano anterior, como limpadores para banheiros
(+10,6%), detergentes para roupas (+4,4%), multiusos (+4,1%),
desinfetantes (+4%) e detergentes para louças (+2,5%).
Vale
destaque para a forma de distribuição dos produtos, já que a pandemia
modificou o comportamento do consumidor, abrindo espaço para vendas
digitais e fortaleceu os mercados de bairro, por exemplo.
De
acordo com um levantamento do Sebrae, o número de mercados de bairros
cresceu 13,6% em 2021, em plena pandemia. E, conforme pesquisa do
SINCOVAGAS – Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do
Estado de São Paulo, realizada no ano passado, 38% dos consumidores
passaram a ir com mais frequência nestes pequenos estabelecimentos de
bairro, mesmo com o fim da crise de Covid-19.
“Isso
mostra como há oportunidades no setor, já que a venda digital de
saneantes era muito baixa há poucos anos e já começa a formar um novo e
promissor canal de distribuição, tanto para pequenas quanto grandes
empresas, e abre espaço para quem deseja distribuir, diretamente, para
todo o País. Já as parcerias com mercados de bairro são uma ótima
alternativa para iniciar um fluxo de distribuição regional. Há, ainda, a
possibilidade de fabricação de produtos ‘White Label’ (produção
terceirizada), além de se integrar à cadeia de produção das
multinacionais que atuam no setor”, diz Engler.
ABIPLA e SIPLA oferecem assessoria técnica e regulatória a pequenas e médias empresas do setor
O
diretor-executivo da ABIPLA e do SIPLA (Sindicato dos Fabricantes)
ressalta que, apesar de ser um setor com muitas oportunidades, é
essencial que as empresas estejam em conformidade com as legislações
sanitária e ambiental.
“A
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária é o nosso órgão
regulador e temos um importante papel na melhoria dos índices de saúde
pública, já que os produtos de limpeza são responsáveis por evitar
diversos tipos de contaminações. Então, temos que cumprir à risca todas
as regulamentações sanitárias para atuar formalmente neste mercado e a
ABIPLA apoia seus associados neste sentido”, explica.
A entidade presta assessoria completa às empresas interessadas neste mercado. “A
ABIPLA mantém um comitê regulatório que auxilia fabricantes de
saneantes a regularizar a sua situação perante os órgãos competentes.
Temos um comitê de sustentabilidade que os orienta como cumprir,
corretamente, as normas da política nacional de resíduos sólidos, em
todo o País, e participamos dos principais organismos internacionais
sobre produtos de limpeza, incentivando a convergência regulatória, o
que possibilita, a todos os empreendedores do setor, independente do
porte, que estejam inscritos na ANVISA e possam promover operações de
exportação para outros países”, destaca Engler, que finaliza: “Para
concluir o ciclo, por meio do SIPLA são feitas as negociações sindicais
nos Estados, o que traz uma mais-valia ao nosso setor, posto que os
acordos coletivos celebrados são específicos e respeitam as
particularidades do setor”, enfatiza Engler.
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