Foram publicadas nesta quinta-feira (28), no Diário Oficial da União, as Portarias de 393 a 449 que
aprovam o Zoneamento Agrícola de Riscos Climático (Zarc), ano-safra
2023/2024, para o cultivo dos cereais de inverno, também chamados de
cereais de estação fria, como trigo, triticale, cevada e aveia.
No
Brasil, o cultivo desses cereais pode, potencialmente, ser realizado,
desde o extremo sul, na região de clima temperado, até o centro e parte
do nordeste do País, na zona de clima tropical típico. Unidades da
Federação como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Bahia, além do
Distrito Federal, possuem indicações de produção desses cultivos, tanto
em sistema sequeiro como irrigado.
O
zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos
problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época
para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os
diferentes tipos de solos.
Para
os cereais de inverno no Brasil, contemplando trigo, triticale, cevada e
aveia, sistemas sequeiro e irrigado, e, no caso do trigo, também de
duplo proposito (produção e forragem + grão), a atualização
dos Zarcs considerou os principais riscos climáticos para esses
cultivos, que envolvem o excesso de chuva no período de colheita, geada
ao redor do período crítico da emissão das espigas e panículas e seca no
estabelecimento das lavouras e na fase de enchimento de grãos, em
escala municipal, de acordo com o ciclo de cada cultivar e da
disponibilidade de água (AD) de cada solo.
O agrometeorologista da
Embrapa, Gilberto Cunha, que coordenou a equipe responsável pela
atualização dos Zarcs, destacou que a nova metodologia utilizada
permitiu uma melhor discriminação dos limites de risco – 20%, 30% e 40% -
em escala municipal. E, acima de tudo, atendeu os anseios dos segmentos
ligados a produção, que não se sentiam adequadamente contemplados nos
três tipos de solos que vinham sendo até então considerados, e dos
profissionais da área de seguro agrícola, que reivindicavam, na esfera
privada, uma melhor discriminação espacial dos riscos climáticos que
afetam a agricultura brasileira.
Os
agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos
aos riscos climáticos e podem ser beneficiados pelo Programa de Garantia
da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao
prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o
crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.
Acesso aos indicativos de Zarc
Os
resultados do zoneamento em escala municipal, para três grupos de
cultivares, com a indicação de períodos favoráveis de semeadura em três
níveis de risco (20%, 30% e 40%) e, agora, para seis níveis de
disponibilidade de água nos solos, segue o mesmo protocolo estabelecido
pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
As consultas podem ser feitas por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” ou no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android.
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